Sardinha: PCP exige “posição firme” do Governo em Bruxelas
O PCP exigiu hoje ao Governo uma “posição firme” junto da União Europeia (UE) para garantir um “esforço de pesca da sardinha” de 23 mil toneladas em 2018 e não as 14 mil admitidas pela ministra do Mar.
Os comunistas exigem, em comunicado, ao executivo do PS, que suportam no parlamento, uma “posição firme” em Bruxelas e uma “abordagem séria e fundamentada” do problema da pesca de sardinha, depois de o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês) ter proposto a sua proibição em Portugal, no próximo ano.
É preciso assegurar que “o esforço de pesca da sardinha em 2018 está conforme com o que todos os dados e informações científicas e empíricas admitem”, com uma base de 23 mil toneladas.
Para o PCP, a posição da ICES “foi, ao que tudo indica, uma manobra negocial da Comissão Europeia destinada a consolidar novas restrições na pesca ibérica de sardinha”.
E lamenta que, “em vez de se distanciar desta manobra”, o Governo português tenha, “sem qualquer reflexão séria”, tomado medidas “no mínimo desajustadas”, nomeadamente o “anúncio precipitado da criação de zonas de interdição de pescas, de que, entretanto, desistiu”.
Face a esta situação, os comunistas defendem que quaisquer medidas que venham a ser tomadas de limitação à pesca de redução do número de dias de trabalho sejam acompanhadas por um reforço de apoios ao nível social para os pescadores portugueses.
O PCP promete intervir sobre este tema, tanto na Assembleia da República, em Lisboa, como no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Em 20 de Outubro, o ICES defendeu que pesca da sardinha deverá ser proibida em 2018 em Portugal e Espanha, face à redução acentuada do 'stock' na última década.
No mesmo dia, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, afirmou que o executivo vai propor que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas.