Portugal já recuperou o emprego perdido durante a troika
Emprego atinge nível mais alto desde 2010. Postos de trabalho destruídos no período da troika foram sendo recuperados ao longo dos últimos três anos.
O número de pessoas empregadas no terceiro trimestre do ano atingiu o nível mais elevado desde o final de 2010 e a evolução do mercado de trabalho nos últimos três anos já permitiu recuperar totalmente os empregos perdidos durante o período em que a troika esteve em Portugal.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal tinha 4,803 milhões de pessoas empregadas no terceiro trimestre de 2017. Para encontrar um valor mais alto é preciso recuar ao quarto trimestre de 2010 quando a população empregada chegou aos 4,867 milhões.
A evolução dos últimos três anos mostra que o país está a conseguir recuperar das fortes quebras registadas durante o período da troika. Entre o segundo trimestre de 2011 – quando se deu início à aplicação do plano de ajustamento negociado com as instituições internacionais – e o segundo trimestre de 2014, altura em que formalmente se encerrou o programa, a economia perdeu 284.800 postos de trabalho.
Daí em diante e até ao terceiro trimestre de 2017, a população empregada registou um aumento de 288.400 pessoas, um número que mais do que compensa as perdas do período anterior.
De acordo com o INE, a recuperação trimestral do emprego resulta sobretudo do desempenho do sector dos serviços (que criou mais 53.500 postos de trabalho), com o alojamento, restauração e similares a assegurar mais de metade deste aumento (29.100 empregos). Também na comparação anual (mais 141.500 empregos), o sector dos serviços foi o responsável pelo bom desempenho, mas a indústria deu igualmente um contributo positivo. Tal como já tinha acontecido nos trimestres anteriores, o emprego no sector da agricultura e pescas está a cair.
Olhando para os trabalhadores por conta de outrem, o INE dá conta de um aumento tanto da contratação a termo como sem termo. Porém, os contratos a termo tiveram uma subida mais expressiva do que os contratos definitivos e isso aconteceu tanto na evolução trimestral como na anual, o que pode ficar a dever-se ao facto de a criação de emprego estar a ocorrer com particular expressão na área dos serviços, mais sensível à sazonalidade própria do Verão.
O número de contratos a termo aumentou 7,5% no ano e 4,8% em cadeia, enquanto a contratação sem termo – que continua a ser predominante no mercado de trabalho português – teve uma subida de 4,5% (ano) e de 1,2% (cadeia).
Já os outros tipos de contrato, onde se incluem os recibos verdes, sofreram uma queda (de 7,4% em relação a 2016 e de 3,7% face ao trimestre anterior). Os trabalhadores por conta própria também são em menor número.
No terceiro trimestre, o desemprego registou melhorias significativas, baixando para 8,5% - a taxa mais baixa desde 2008.
Notícia actualizada para corrigir os valores da destruição de emprego durante a troika e de criação de emprego no período subsequente.