Trump Jr. disse a advogada russa que sanções contra Moscovo poderiam ser revistas

Segundo Natalia Veselnitskaya, Donald Trump Jr. sugeriu que uma lei de 2012 poderia ser alterada caso o pai chegasse à Casa Branca. Episódio terá ocorrido numa reunião com vários membros da campanha do agora Presidente dos EUA.

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Natalia Veselnitskaya, a advogada russa que prometeu informação comprometedora sobre Clinton ao filho de Trump Reuters/STRINGER

Uma advogada russa que se encontrou com Donald Trump Jr. durante a campanha presidencial norte-americana no ano passado, Natalia Veselnitskaya, diz que o filho do actual Presidente dos EUA indicou que uma lei de sanções contra a Rússia, aprovada em 2012, poderia ser revista caso Trump chegasse à Casa Branca. Além disso, o filho e assessor do então candidato republicano pediu provas escritas de que dinheiro com origem em fugas de impostos tinha sido doado à campanha de Hillary Clinton.

As revelações de Natalia Veselnitskaya foram feitas numa entrevista à Bloomberg em Moscovo. Esta advogada encontrou-se com Trump Jr. na Trump Tower em Novembro de 2016, depois de ter sido prometido ao agora assessor presidencial informação comprometedora sobre Hillary Clinton. Na reunião estiveram também presentes Jared Kushner (cunhado de Donald Trump, marido de Ivanka) e o então director de campanha de Trump, Paul J. Manafort, ainda que o filho do Presidente garanta que estes desconheciam o assunto e o motivo do encontro.

“Olhando em frente, se chegarmos ao poder, podemos regressar ao assunto e pensar no que vamos fazer em relação a isso”. Isto foi o que disse Trump Jr., segundo citou Veselnitskaya. O filho do Presidente referia-se a uma lei de 2012 – denominada de lei Magnitsky – através da qual Washington aplicou sanções a Moscovo devido à morte de Sergei Magnitsky, um advogado russo que denunciou a corrupção no Kremlin e que morreu na prisão, onde passou 11 meses acusado de evasão fiscal, depois de ter sido detido em 2009. A Rússia foi acusada, neste caso, de desrespeito dos direitos humanos, o que teria levado à morte do advogado.

Veselnitskaya admitiu que, na reunião, se ofereceu para passar informações sobre a alegada evasão fiscal de importantes doadores da campanha democrata de Clinton. No entanto, a advogada não tinha qualquer documento a comprová-lo, tal como havia requerido Trump Jr., descrevendo, por isso, a reunião de 20 minutos como um falhanço.

Natalia Veselnitskaya explicou ainda que esteve em Washington para fazer lobby contra a chamada lei Magnitsky e que, se for necessário, está disponível para colaborar com a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre o possível conluio entre a campanha de Trump e Moscovo.

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