Mourato Nunes, antigo comandante da GNR, vai liderar a Protecção Civil
Tenente-general na reserva sucede a Joaquim Leitão, que se demitiu depois da última vaga de incêndios de Outubro. A posse ainda não está marcada.
O antigo comandante-geral da GNR Carlos Manuel Mourato Nunes foi indigitado pelo ministro da Administração Interna para presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil. O anúncio foi feito este sábado, apenas 24 horas antes de o tenente-general ser ouvido segunda-feira pela Comissão Nacional de Protecção Civil.
O ministro Eduardo Cabrita consegue assim chegar na terça-feira ao Parlamento, onde é ouvido sobre o OE2018, com uma pequena parte do problema da reestruturação da Protecção Civil resolvida. Mourato Gomes sucede no cargo a Joaquim Leitão, que se demitiu a 18 de Outubro (o mesmo dia de Constança Urbano de Sousa) na sequência das críticas à actuação da Protecção Civil nos incêndios ocorridos dois dias antes que fizeram 45 mortos em vários concelhos – e que se somaram aos 64 em Junho. Esteve um ano no cargo.
Mourato Nunes licenciou-se já no Exército, em Ciências Militares e Engenharia Geográfica, passou depois pelo Instituto de Altos Estudos Militares, onde concluiu o Curso de Oficial General e o Curso Geral de Comando e Estado-Maior, descreve o MAI em comunicado.
Foi director do Instituto Geográfico do Exército (de 1993 a 1999) e presidente do Instituto Geográfico Português (2002/03), altura em que foi promovido a tenente-general. Assumiu então as funções de Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana até 2008. "Amanhã deixarei de ser o vosso comandante, no entanto vós sereis para sempre os meus soldados”, disse Mourato Nunes aos militares na despedida, na Praça do Império.
Comandou a GNR quanto o actual primeiro-ministro foi ministro da Administração Interna (2005 e 2007) de José Sócrates e a proximidade com António Costa não se fica por aqui. Já em 2014, quando este avançou contra António José Seguro para as primárias que lhe dariam a liderança do PS, Mourato Nunes foi um dos seus primeiros apoiantes.
Já na reserva, foi secretário-geral do Secretariado para a Cooperação entre os Países de Língua Portuguesa em matéria de Segurança Pública (2008 a 2010), presidiu ao Conselho Coordenador de Cartografia e foi director-geral do Instituto Geográfico Português (2010/12). Actualmente é consultor de segurança e defesa.