Ivanka fala para sala meia vazia em Tóquio, apesar de fascinar o Japão

Filha de Trump foi a voz da Casa Branca em antecipação do périplo asiático que o Presidente inicia no domingo.

Ivanka falou sobre a necessidade de haver um ambiente favorável à participação das mulheres no mercado de trabalho
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Ivanka falou sobre a necessidade de haver um ambiente favorável à participação das mulheres no mercado de trabalho Reuters
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Ivanka Trump com o primeiro-ministro Shinzo Abe Eugene Hoshiko/REUTERS

A chegada de Ivanka Trump ao Japão – a anteceder uma visita do seu pai, Donald Trump, que aterrará no domingo em Tóquio, a primeira paragem de um périplo pela Ásia – foi tratada com honras de celebridade: pelos media com cobertura extensiva, pelas autoridades que destacaram uma equipa de segurança feminina para a acompanhar, e pelo público: os sites que vendem os seus produtos registaram ainda mais procura.

Mas quando Ivanka subiu ao palco para falar num fórum sobre mulheres, em Tóquio, ao lado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, a sala estava longe de estar cheia.

A Casa Branca disse que a conferência de Ivanka foi a parte do programa em que mais pessoas se registaram para assistir, mas que houve atrasos por exigências de segurança. Jornalistas do Guardian e do Washington Post viram uma meia dúzia de pessoas que não conseguiram entrar.

Abe, um forte aliado do Presidente Trump no palco internacional, quis aproveitar o sucesso que Ivanka faz no Japão para aproveitar o discurso da empresária sobre o empreendedorismo das mulheres e a presença feminina no mercado de trabalho na sua campanha por maior participação das mulheres.

A campanha de Abe para que as mulheres possam “brilhar” na economia é uma das iniciativas chave do primeiro-ministro onde não houve qualquer avanço, diz o Washington Post. Pior, o país continua a descer no índice de igualdade de género do Fórum Económico Mundial, em que está em 114º lugar em 144 países.

Para a descida de posição no índice (uma queda de 13 lugares em relação a 2012, o ano em que Abe voltou à chefia do Governo), contribuiu a pouca representação das mulheres na política: há apenas duas mulheres ministras (entre 24 membros do Governo), e no Parlamento menos de 10% dos deputados são mulheres.

No seu discurso, Ivanka falou da necessidade de “assegurar que todas as mulheres têm liberdade para trabalhar fora de casa se assim o escolherem”, e pareceu referir-se indirectamente ao desvendar de uma série de casos de assédio sexual em Hollywood: “Demasiadas vezes a nossa cultura de trabalho não trata as mulheres com o respeito merecido. Isto toma várias formas, incluindo assédio, que não pode nunca ser tolerado”, declarou.

O discurso de Ivanka foi a palavra da Casa Branca na visita presidencial a Tóquio, já que não se espera que durante a visita Donald Trump faça um discurso no Japão. Vai ter encontros de negócios, com cidadãos japoneses que estiveram raptados na Coreia do Norte e...um momento de lazer com o campeão de golfe japonês Hideki Matsuyama.

Trump começa no domingo no país um périplo pela Ásia que é o maior de um Presidente norte-americano nos últimos 25 anos, visitando cinco países em onze dias.

Num lugar cimeiro na agenda está o avanço da Coreia do Norte em termos de armamento e ambições nucleares (onde Trump encontrará eco na sua posição face a Pyongyang em Tóquio, mas uma posição muito mais cautelosa em Seul), assim como disputas comerciais na Ásia.

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