É este o novo mapa político das freguesias de Lisboa
Já tomaram posse as assembleias e juntas de freguesia da cidade. O PS teve de fazer cinco coligações com PCP, PSD e CDS. Desta vez não há independentes à frente das juntas.
Já estão a trabalhar os novos executivos das juntas de freguesia de Lisboa. Nas últimas semanas, a seguir às autárquicas, os novos eleitos foram tomando posse e o mapa da cidade tem agora um colorido diferente.
O PS, além de ter a maioria absoluta na assembleia municipal e de ser o partido com maior representação na câmara, é também a força política com maior número de juntas. Os socialistas vão governar 14 freguesias sozinhos. Noutras três (Alvalade, Campo de Ourique e Misericórdia), os executivos são compostos por eleitos do PS e do PCP.
Há apenas um “bloco central” – o da Junta de Freguesia de Santa Clara, cujo executivo, presidido pelo PS, conta com elementos do PSD. E há ainda uma parceria entre socialistas e centristas na junta das Avenidas Novas, onde PS e CDS elegeram igual número de pessoas e decidiram repartir entre si responsabilidades governativas.
A freguesia das Avenidas Novas foi a única que o PSD perdeu face ao anterior mandato. Estrela, Areeiro e Santo António continuarão a ter executivos social-democratas, enquanto o de Belém resulta de um entendimento entre o PSD e o CDS – que, como se sabe, concorreram separados às eleições.
O PCP manteve a junta de Carnide, onde aliás reforçou a maioria absoluta. Desta vez, ao contrário do que aconteceu em 2013, nenhuma candidatura independente foi bem sucedida na conquista de freguesias.
O Bloco de Esquerda não integra nenhum executivo nas freguesias lisboetas, um cenário oposto àquele que poderá vir a ocorrer na câmara. No fim da cerimónia de tomada de posse, na semana passada, Fernando Medina disse que só está disponível para “acordos de base permanente” com a esquerda, mas que o PCP já se tinha posto à margem. “Infelizmente o PCP não se mostrou disponível para acordos mais permanentes de governação da cidade. Terá aliás desiludido muitos eleitores que votaram no PCP”, disse o autarca aos jornalistas.
As palavras de Medina levaram os vereadores comunistas a reagir, argumentando que “o projecto da CDU para Lisboa não é diluível em programas e objectivos de gestão contrários aos seus”. Ainda assim, João Ferreira e Carlos Moura dizem-se “empenhados” na “construção de convergências” que permitam “enfrentar de forma corajosa os desafios que se colocam à cidade”.
O PS concorreu às autárquicas coligado com os movimentos Cidadãos Por Lisboa e Lisboa é Muita Gente e ainda com o partido Livre, mas isso não foi suficiente para segurar a maioria absoluta. Medina perdeu três vereadores e precisa de um de outro partido para assegurar a estabilidade governativa. O autarca não exclui que, falhado um entendimento permanente com o Bloco de Esquerda, possam existir acordos pontuais, conforme os assuntos, tanto à esquerda como à direita.
Mapa corrigido: uma versão anterior do mapa referia Fernando Rosa (Belém) e Ana Gaspar (Avenidas Novas) como autarcas do CDS, o que não corresponde à verdade. O primeiro é do PSD e a segunda é independente eleita pelo PS.