Carlos César avisa que relações entre Governo e Presidente devem continuar "boas"
Presidente do PS disse que não tinha comentários a fazer à notícia do PÚBLICO.
O líder parlamentar socialista, Carlos César, afirmou esta quinta-feira à agência Lusa que as relações entre o Governo e o Presidente da República "são boas" e relevantes para o actual quadro de estabilidade política "e assim devem continuar".
"Não tenho comentários a fazer à notícia. O que sei é que as relações entre o Governo e o Presidente da República são boas e muito relevantes na estabilidade política que o país vive. E assim devem continuar", afirmou Carlos César, que, na qualidade de deputado socialista eleito pelo círculo dos Açores, vai acompanhar a partir da tarde de hoje a visita de Marcelo Rebelo de Sousa a esta Região Autónoma.
Esta posição foi transmitida por Carlos César, também presidente do PS, depois de confrontado com a notícia publicada hoje pelo jornal PÚBLICO, segundo a qual o Governo terá ficado "chocado" com o teor da comunicação ao país feito pelo chefe de Estado na sequência dos incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro e que provocaram 45 mortos.
A declaração do presidente do PS surge também depois de o dirigente socialista Porfírio Silva ter acusado o Presidente da República de "aproveitamento politiqueiro" da tragédia dos incêndios.
Porfírio Silva, membro do Secretariado Nacional do PS, defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa "terá aparecido a exigir com voz grossa aquilo que já lhe tinha sido comunicado [pelo Governo] que estava preparado".
"Há que dizê-lo com clareza: Isto configura um inaceitável aproveitamento politiqueiro de uma enorme tragédia que o país viveu e vive. Não pode um órgão de soberania usar as tragédias humanas para passar rasteiras a outro órgão de soberania. Perante este pano de fundo, ainda aparece a uma luz mais sombria o inaceitável espectáculo de emoções que alguns escolheram dar nestes dias", sustentou Porfírio Silva.
Em declarações à agência Lusa, o membro da direcção do PS manteve estas críticas ao chefe de Estado, mas defendeu que "não deve haver uma mudança global de atitude nas relações entre o Presidente da República e o Governo".
"Deve haver uma relação institucional positiva entre o Presidente da República e o Governo - e o Presidente da República também tem feito por isso. Mas, temos a liberdade de em cada momento avaliarmos as atitudes de cada um, expressando-a", acrescentou Porfírio Silva.