PCP não quer escolha entre direitos e floresta, Bloco acredita que há folga no OE

Partidos que apoiam o Governo no Parlamento querem saber onde será encaixado o esforço financeiro para a floresta e avisam que os compromissos são para cumprir.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Pela terceira vez, o PCP veio à boca do palco e deixou o aviso: o Orçamento tem que contemplar financiamento para "dar resposta à questão da floresta" mas também manter as verbas para os aumentos de pensões e reformas, para desbloquear a progressão das carreiras e aumentar os escalões do IRS.

Jerónimo de Sousa recusou esta segunda-feira eventuais "dicotomias inaceitáveis" de escolher entre uma coisa ou outra, e colocou ênfase no défice, para defender que é preferível não respeitar o limite imposto por Bruxelas. "São precisos 200, 400, 600 milhões de euros para a floresta. Isso seria passar de um défice de 1% [do PIB] para 1,1%, 1,2%, 1,3%. Qual é o sacrilégio orçamental ou económico que se está a fazer com esta proposta? Nós temos uma opção: as pessoas estão à frente do défice", defendeu o líder do PCP.

Por seu lado, o PEV já questionou por escrito o Governo sobre o cabimento orçamental dos anúncios do Conselho de Ministros de sábado e levará o assunto à reunião que tem esta semana com o Executivo sobre o orçamento.

Questionado pelo PÚBLICO, o PCP não adiantou se e quando reunirá também com o Governo. Pelo Bloco, o deputado Pedro Soares diz que "seria um absurdo pensar que este OE não teria cabimento orçamental" para a reforma da floresta e da protecção civil. "E isso não pode colidir com todas as outras medidas que já foram alvo de propostas e de compromissos. É um esforço suplementar que o OE tem que fazer para responder a esta emergência e a uma visão futura."

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