Área ardida em Braga atingiu o máximo histórico em 24 horas

Uma boa parte da encosta verde que ladeia Braga, com os santuários da Nossa Senhora do Sameiro e do Bom Jesus do Monte no topo, ardeu durante o incêndio que lavrou na noite de domingo.

Habitação destruída pelo fogo na freguesia de Fraião
Fotogaleria
Habitação destruída pelo fogo na freguesia de Fraião LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
Habitação destruída pelo fogo na freguesia de Fraião LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
Habitação destruída pelo fogo na freguesia de Fraião LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
Rescaldo dos incêndios numa fábrica de torneiras destruída pelo fogo na freguesia de Nogueira em Braga LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
Rescaldo dos incêndios numa fábrica de torneiras destruída pelo fogo na freguesia de Nogueira em Braga LUSA/HUGO DELGADO
Fotogaleria
Rescaldo dos incêndios numa fábrica de torneiras destruída pelo fogo na freguesia de Nogueira em Braga LUSA/HUGO DELGADO

Braga acordou nesta segunda-feira órfã do cenário verde que todos os dias se erguia a sudeste. A encosta da Falperra reveste-se agora de tons de cinza, depois do incêndio que deflagrou na tarde de domingo em Leitões, ainda no concelho de Guimarães, e alastrou às imediações da cidade.

Em conjunto com outros incêndios que lavraram no território, a área ardida no concelho de Braga chegou aos mil hectares nas últimas 24 horas – 1200 hectares nas últimas 48 –, com o porta-voz do da Câmara Municipal, Ricardo Gomes, a referir ao PÚBLICO que não há “registo histórico de um número tão grande”.

O incêndio, que de madrugada ainda se estendia por duas frentes, com uma extensão de quatro quilómetros, e chegou a envolver 141 bombeiros e 45 viaturas no terreno, de acordo com a informação presente no portal da Autoridade Nacional de Protecção Civil, encontra-se, nesta manhã, em fase de rescaldo, já sem “frentes activas”, referiu a mesma fonte.

A envolvente do Santuário do Bom Jesus do Monte, na freguesia de Tenões, e do Santuário de Nossa Senhora do Sameiro foram afectados pelas chamas. O porta-voz da autarquia confirmou que as zonas em redor dos dois edifícios foram afectadas, mas informou que "os imóveis estão salvaguardados" e que a situação está esta manhã "controlada", com ajuda da chuva que caiu ao início desta segunda-feira.

O Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil do Concelho continua activo, com a via da Falperra (EN 309), que liga a cidade ao Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, e a via de acesso ao Bom Jesus e ao Sameiro se encontram "encerradas total ou parcialmente", para "trabalhos de limpeza", "manutenção das estradas" e "remoção de árvores caídas".

O município justifica, em comunicado, a necessidade da medida face à “previsão de prolongamento de condições favoráveis à ocorrência de incêndios florestais” e à “previsibilidade da ocorrência de precipitação” que “possibilitará o arrastamento de materiais sólidos”, em virtude das “condições actuais dos solos”, e diz que todos os agentes de Protecção Civil da área do município estão no terreno, a trabalhar em “estreita colaboração” com o comandante das Operações de Socorro.

Câmara diz ter solução para o único desalojado

Apesar de o incêndio ter lavrado na proximidade de zonas habitacionais e industriais, e de ter obrigado as autoridades a evacuarem desses locais “grupos de dez, 15, 20 pessoas”, com algumas delas a serem encaminhadas para o “centro da cidade” e outras a preferirem “ficar nas redondezas”, Ricardo Gomes explica que as chamas apenas consumiram uma habitação no Fraião, no limite entre a zona habitacional e a zona arbórea, onde vivia uma pessoa idosa. O município já accionou o “serviço de apoio” em conjunto com a Segurança Social para “alojar permanentemente” a pessoa desalojada.

O incêndio afectou ainda uma “unidade industrial” no Parque Industrial do Barral, em Nogueira. O parque, segundo informação avançada ao PÚBLICO, de madrugada, pelo tesoureiro da União de Freguesias de Fraião, Lamaçães e Nogueira, esteve cercado pelas chamas, antes de serem extintas, graças à intervenção rápida de um dos “carros de bombeiros”. Com Liliana Borges

Sugerir correcção
Comentar