Depois de passar quase despercebido pelos Açores, Ophelia dirige-se em força para a Irlanda
Não se registaram prejuízos à passagem do furacão pelos Açores. Irlanda prepara-se para aquela que é já considerada a pior tempestade em 50 anos.
Depois de passar pelos Açores de forma quase despercebida, o furacão Ophelia dirige-se agora para a Irlanda, onde deverá chegar nesta segunda-feira, sendo que os serviços de meteorologia irlandeses classificam já esta como uma tempestade “sem precedentes”.
O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves, afirmou este domingo que não se registaram prejuízos nem consequências graves após a passagem do furacão Ophelia, apenas pequenas ocorrências.
"Durante a madrugada apenas houve o registo da queda de quatro árvores, três no concelho de Ponta Delgada e uma na Povoação (ilha de São Miguel)", adiantou o tenente-coronel Carlos Neves, em declarações à Lusa.
O responsável acrescentou que no sábado, no caso do grupo Central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial) foram registadas cinco ocorrências relacionadas com pequenas derrocadas e uma infiltração numa moradia, enquanto em São Miguel, grupo Oriental, foram intervencionadas três ocorrências, nomeadamente duas pequenas inundações e a queda de uma árvore.
O presidente da Protecção Civil dos Açores referiu também que "todo o dispositivo montado na sequência da aproximação ao arquipélago do furacão Ophelia já foi desmobilizado, mantendo-se o serviço normal de socorro às populações".
Em comunicado, o IPMA informa que se encontra ultrapassada a situação, pelo que cessam os avisos e as recomendações emitidas.
Mas agora é a Irlanda que se prepara para enfrentar o Ophelia, calculando-se que esta será a pior tempestade a atingir este país em 50 anos. Segundo a Reuters, as forças armadas foram já mobilizadas para conter as inundações previstas à passagem do furacão.
Considerado o sexto maior furacão no Atlântico nesta época, o Ophelia deverá chegar a território irlandês na manhã desta segunda-feira.
O serviço meteorológico da Irlanda emitiu um alerta vermelho, explicando à Reuters que os ventos, que deverão atingir a costa Sul do país, podem ultrapassar os 130 quilómetros por hora. O Governo avisou também para a possibilidade de cheias com prováveis consequências no sistema de transportes e sistema de electricidade.
Sean Hogan, líder do Grupo de Coordenação de Emergência Nacional irlandês, alertou em conferência de imprensa a população para não sair de casa. Questionado sobre se esta é a pior tempestade do século, o responsável diz que “o evento meteorológico comparável” é o furacão Debbie, que vitimou 12 pessoas na Irlanda em 1962, acrescentando que o Ophelia tem o potencial de colocar vidas em risco.