Rui Rio vai afastar a ideia de que anuncia um projecto de bloco central
Uma conta de Twitter conotada com apoiantes de Rui Rio questionou: “Será correcto um Presidente da República interferir na vida interna de um partido?” A pergunta ficou no ar.
Aveiro foi a cidade escolhida para Rui Rio se apresentar na corrida ao PSD - não Coimbra, como chegou a ser pensado e até divulgado. Rio não gosta de informação a circular e optou pela cidade da ria, onde conta com mais apoios.
O ex-autarca do Porto vai apresentar-se com uma declaração pública sem perguntas dos jornalistas, mas com tudo preparado para ter muitos militantes à volta. Já com Pedro Santana Lopes confirmado na corrida, a equipa que dá apoio ao candidato quer impacto no dia 1. O mote, já anunciou o Expresso, é "tempo de agir". Mas até terça-feira, para Rui Rio, era tempo de preparar as primeiras frases.
A missão, segundo apurou o PÚBLICO, é de afastar uma ideia que cresce no partido: a de que o avanço de Rio anuncia um projecto de bloco central, por via do "recentramento" do partido e também da relação fluente que estabeleceu com António Costa quando os dois lideravam as câmaras do Porto e de Lisboa. "Vai explicar isso tudo, com toda a normalidade", diz um dos operacionais que ajudam Rio na campanha interna: "Rui Rio esteve 11 anos à frente da segunda maior câmara do país com o apoio do CDS, uma relação que correu sempre às mil maravilhas.
Não é provável que Rio entre ao ataque a Santana Lopes, mas ontem, nos bastidores, os seus apoiantes já tinham a mira apontada: "O candidato do Bloco Central é Santana Lopes, goste-se ou não disso. Foi ele que esteve na Santa Casa nomeado por este Governo durante dois anos. E foi ele que pôs o PSD à espera quase um ano para saber se era candidato a Lisboa".
Um dia depois de ter sido tornado público um almoço entre Pedro Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, sobre "o papel da Misericórdia no sistema económico e financeiro português” (palavras do Presidente), que foi interpretado como um sinal de que Santana já está na corrida, uma conta de Twitter conotada com apoiantes de Rui Rui questionou: “Será correcto um Presidente da República interferir na vida interna de um partido?” A pergunta ficou no ar.