Membro da equipa de Trump diz que o Facebook foi essencial para a vitória
Em entrevista ao programa 60 Minutes, Parscale revelou que utilizou a rede social para chegar a grupos específicos de eleitores. O director da campanha digital do Presidente norte-amerciano conta ainda que recorreu a funcionários da empresa para o apoiarem durante a campanha.
O director da campanha digital de Donald Trump, Brad Parscale, revelou que utilizou o Facebook para chegar a grupos de eleitores específicos durante as presidenciais norte-americanas. Foi durante a noite deste domingo (manhã desta segunda-feira, em Lisboa), que Parscale revelou as técnicas que utilizou para levar Donald Trump até à Casa Branca.
Numa entrevista ao programa 60 Minutes, do canal norte-americano CBS, Parscale revela que a sua equipa testou mais de 50.000 variações de anúncios por dia no Facebook, com o objectivo de alcançar eleitores mais restritos.
“Descobri desde cedo que o Facebook era a forma como Donald Trump iria ganhar”, declarou o director da campanha digital do Presidente norte-americano. “O Twitter era como ele [Trump] falava com as pessoas. O Facebook ia ser a plataforma que o iria fazer vencer”, frisou.
Apesar das recentes acusações do presidente dos Estados Unidos, que diz que o Facebook foi “anti-Trump” durante a campanha eleitoral, Parscale apoiou-se, principalmente, nessa rede social para obter eleitores.
Parscale contou que a campanha de Donald Trump utilizou a rede social fundada por Mark Zuckerberg para chegar a grupos de eleitores rurais, como “15 pessoas na zona de Panhandle, na Florida, pelas quais nunca compraria um anúncio na televisão”.
“Eu comecei a fazer anúncios que mostrassem uma ponte a cair”, referiu Parscale. “Eu posso encontrar 1500 pessoas numa cidade que se preocupem com as infra-estruturas. Agora, essa pode ser uma pessoa que normalmente vote nos democratas”, acrescentou.
Na entrevista, Brad revela ainda que a rede social disponibilizou alguns dos seus funcionários para prestarem apoio durante a campanha. Parscale explicou que precisava que os funcionários da empresa lhe ensinassem a optimizar a utilização daquela plataforma.
“Eu quis saber tudo o que disseram à campanha de Hillary e até mais do que isso. E quis que os funcionários ficassem ali para me ensinarem a utilizar a plataforma”, confidenciou.
O Facebook já reagiu às afirmações, dizendo que a plataforma ofereceu o mesmo apoio nas duas campanhas. “Ambas tiveram acesso às mesmas ferramentas, que são iguais em todas as campanhas eleitorais”, refere a empresa, em comunicado.
Quanto às afirmações de que a campanha de Trump teve o auxílio de funcionários da empresa, o Facebook respondeu, dizendo que “nenhuma das campanhas teve a oportunidade de escolher os funcionários com quem trabalhou”.
Apesar das garantias do Facebook, as declarações são contrariadas por Parscale que diz que foram apoiados “dois, três, quatro e cinco dias por semana” pela rede social de Zuckerberg.
De acordo com Parscale, a equipa de Clinton recebeu a mesma oferta por parte do Facebook, porém, esta acabou por ser recusada.
Apesar dos esforços para alcançar mais votos, Parscale considerou que as acusações da interferência da Rússia na campanha eleitoral são “uma piada”. “Eu não gostaria que uma entidade estrangeira se envolvesse nas eleições”, nomeadamente o Governo, explica.
Segundo o New York Post, a rede social confirmou que agências russas ligadas ao Governo compraram cerca de 85.000 euros em anúncios para influenciar o resultado das eleições. O Facebook já tinha anunciado que iria fornecer ao Congresso norte-americano os cerca de 3000 anúncios pagos pela Rússia, para investigar o envolvimento do Kremlin.
Já a preparar a campanha de reeleição de Trump para 2020, Parscale disse ainda que foi contatado para testemunhar sobre as eventuais interferências russas.