I Am Truly a Drop of Sun on Earth vence prémio de melhor filme do Queer Porto
O prémio de 3000 euros foi atribuído à cineasta suíça Elene Naveriani. Já o prémio do público foi atribuído à longa-metragem The Wound.
A longa-metragem I Am Truly a Drop of Sun on Earth, da cineasta suíça Elene Naveriani, venceu neste sábado o prémio de Melhor Filme do 3.º Festival Internacional de Cinema Queer Porto, que decorre até domingo no Teatro Rivoli.
O prémio do público foi atribuído à longa-metragem The Wound, de John Trengove, uma co-produção de África do Sul, Alemanha, Holanda e França que integrava também a competição oficial do festival, anunciou a organização na noite deste sábado, na cerimónia de entrega dos galardões.
Na competição de curtas-metragens, intitulada In My Shorts, foi premiada como Melhor Curta-Metragem de Escola Quando o Dia Acaba, do português Pedro Gonçalves, e outra curta portuguesa, A Espera, de Joana Alves, mereceu uma menção especial.
O júri da competição oficial, constituído pelo artista visual e multimédia António MV, o produtor da RTP Pedro Bessa e a actriz Sara Carinhas, elegeu I Am Truly a Drop of Sun on Earth como melhor filme, a que corresponde um prémio no valor de 3000 euros atribuído pela RTP2, pela compra dos direitos de exibição naquele canal, considerando: "Este filme dá-nos um momento no tempo, que se fixa pelo efeito da luz e da retina sem se inscrever na História".
"Feito de tempo, nos ambientes reais e com as pessoas que contam a sua realidade, interpretando-a brilhantemente sob uma direcção impressionante. Somos mergulhados no cruel mundo cujo preto e branco é ao mesmo tempo metáfora e afirmação. Rigoroso e cuidado retrato de dois mundos que se opõem ao mesmo tempo que se alimentam", justificou o júri.
O prémio de curta-metragem de Escola em competição, para Quando o Dia Acaba, de Pedro Gonçalves, corresponde a 400 euros em equipamento audiovisual, patrocinado pela Much Underwear, e a um crédito de 500 euros para formação numa das escolas Restart, em Lisboa ou no Porto.
"Quando o dia acaba continuam os afectos através do olhar doce dos filhos e destas mães. No entanto, esta curta-metragem documental quase parece ficção, por ser tão rara a existência de um objecto de cinema que retrate assim uma família", justificou o júri. "Esta curta tem uma qualidade de realização e montagem que em 15 minutos consegue levar-nos a este mundo tranquilo e sensível, sem filtros e sem truques do cinema", acrescentou.
A curta de Joana Alves, A Espera, mereceu uma menção especial do júri "pelo rigor com que é mostrado um assunto ainda pertinente, sensível e complexo". "A Espera merece a menção especial, pela forma directa, linear, correta e muito factual com que foi construída", frisou o júri.
A 3.ª edição do Queer Porto continua no domingo com a exibição dos últimos títulos do programa This is Me, nomeadamente: Mapplethorpe: Look at the Pictures (às 22h00), já nomeado para dois Emmys, um retrato íntimo e crítico de Robert Mapplethorpe dos realizadores Fenton Bailey e Randy Barbato; a estreia absoluta de Blackstar: Autobiography of a Close Friend, de Tom Joslin, às 17h00; e ainda um conjunto de curtas-metragens e a longa-metragem Tender Fictions (15h00), de Barbara Hammer, figura incontornável do cinema experimental, cujo trabalho foca questões da política do corpo.
Também no domingo, o Teatro Rivoli acolhe ainda uma sessão especial com a exibição do documentário Les Vies de Thérèse, realizado por Sébastien Lifshitz, vencedor em 2016 da Palma Queer no Festival de Cannes, enquanto no espaço malavoadora terá lugar a mais recente performance de Rachel Mars, Your Sexts Are Shit: Older Better Letters, às 20h30.