CDS quer saber se Governo e ANAC acompanham situação na Ryanair

A companhia aérea cancelou milhares de voos nas últimas duas semanas. Os deputados do CDS querem saber se os passageiros portugueses afectados estão a ser acompanhados.

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O partido liderado por Assunção Cristas pediu esclarecimentos ao Ministério do Planeamento e Infra-estruturas NUNO FERREIRA SANTOS

O CDS-PP entregou esta quinta-feira no Parlamento uma pergunta ao ministro do Planeamento e Infra-estruturas e um requerimento dirigido à ANAC onde pede explicações sobre a situação na Ryanair, que cancelou mais de 100 voos em Portugal.

Os deputados centristas querem saber se o ministro das Infra-estruturas, Pedro Marques, e a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) estão a acompanhar a situação e de que forma o estão a fazer.

Exigem ainda saber qual o número de voos e de passageiros afectados e como estão a ser acompanhadas as pessoas que viram os seus voos cancelados nos aeroportos portugueses.

Nos dois documentos entregues esta quinta-feira no Parlamento, o CDS questiona o ministro e a ANAC se partilham da opinião da Deco (Associação de Defesa do Consumidor) de que os passageiros "devem ser indemnizados pelos transtornos causados, para além do reembolso ou remarcação da viagem e refeições/alojamento".

No requerimento dirigido à ANAC, os deputados centristas perguntam se a autoridade vai avançar com uma investigação para determinar se a Ryanair infringiu os direitos dos clientes.

Os deputados lembram que, de acordo com o Regimento da Assembleia da República, o prazo de resposta é de 30 dias.

A transportadora aérea irlandesa Ryanair anunciou quarta-feira novos cancelamentos de voos entre Novembro deste ano e Março de 2018 que podem atingir quase 400.000 clientes, para eliminar qualquer risco de futuros cancelamentos.

A maior companhia da Europa em número de passageiros já foi forçada a anular de forma inesperada 2100 voos entre meados de Setembro e finais de Outubro, atingindo 315.000 clientes.

O presidente executivo da Ryanair, Michael O'Leary, reconheceu que os cancelamentos dos voos são fruto de um "fracasso significativo da direção" da transportadora quando marcou as férias dos pilotos.