FC Porto desmonta puzzle do Portimonense em seis minutos
Arranque avassalador dos “dragões” ajudou a encaminhar uma vitória que não deixa dúvidas sobre o grande momento da equipa. Portimonense atacou bem melhor do que defendeu.
A dúvida subsiste: qual vai ser a primeira equipa a conseguir roubar pontos ao FC Porto neste campeonato? Nesta sexta-feira, os “dragões” prolongaram a sua manifestação de força na Liga, elevando para sete os triunfos consecutivos à custa de um Portimonense que se desmontou em seis minutos. O 5-2 que marcou o arranque da 7.ª jornada da prova oferece aos “azuis e brancos” a certeza de uma viagem tranquila até Lisboa, para o clássico da próxima ronda.
Sérgio Conceição voltou a apostar em Herrera no meio-campo (Óliver começou no banco), o que significa que havia duas camisolas com o mesmo nome no relvado: Fuerza México. Foi esta a mensagem que o médio e o extremo Jesús Corona quiseram deixar aos compatriotas que sofrem com os efeitos do sismo que atingiu o país. A cerca de 15 minutos do final, a homenagem ganharia mais um intérprete, com a entrada de Diego Reyes.
Foi sensivelmente por essa altura que o Portimonense fez o seu segundo golo no Dragão, proeza que só o Besiktas alcançou nesta época. Foi um desvio de Ruben Fernandes na área após um cruzamento da direita, já depois de o FC Porto ter chegado ao 5-1 e ter afrouxado um pouco no pressing exercido no meio-campo algarvio. Não passava de um grito de honra dos visitantes, que têm tido o mérito de querer discutir o jogo sem olharem ao palco que pisam.
Na verdade, foi isso que a equipa de Vítor Oliveira, disposta em 4x3x3, tentou fazer desde o apito inicial, mas para o alcançar era preciso libertar-se do colete de forças imposto pelo adversário, sempre muito forte na reacção à perda. E uma vez recuperada a bola, o FC Porto fazia valer a sua ambiciosa abordagem ofensiva, com os laterais projectados e os extremos a combinarem por dentro com os dois elementos mais adiantados.
Depois de dois sustos (Aboubakar e Ricardo), o terceiro assalto à baliza de Ricardo Ferreira deu frutos. Pontapé de canto e finalização oportuna de Iván Marcano, na área. Foi aos 21’ e o golo desmontou por completo o puzzle que o Portimonense havia montado. À desconcentração do rival, respondeu o FC Porto com mais dois golos de enfiada: aos 23’ foi Aboubakar, a aproveitar um mau alívio de Ricardo Pessoa, e aos 26’ Marega, com uma diagonal antecipada pela assistência de Corona.
Seis minutos avassaladores, que deixaram os “dragões” confortáveis no jogo e provavelmente a pensarem numa segunda parte de gestão, tendo em conta o encontro de terça-feira com o Mónaco, para a Liga dos Campeões. Só que o Portimonense decidiu dar uma mini-chicotada na partida, com uma arrancada de Paulinho que terminou com um passe perfeito e uma finalização a condizer do japonês Nakajima (37’).
Com bola, os algarvios eram uma ameaça permanente, fruto da qualidade do duo que combinou para o primeiro golo e também do avançado Fabrício. Sem bola, a organização defensiva deixava muito a desejar, especialmente tendo em conta a curtíssima margem de manobra existente frente a um adversário do calibre do FC Porto. E quando os “dragões” procuravam zonas interiores para criar (com futebol apoiado ou passes de média distância), as dificuldades do Portimonense agravavam-se.
Não espantou, por isso, o “bis” de Brahimi no segundo tempo. Aos 50’, o argelino beneficiou de um ressalto que traiu o guarda-redes, já dentro da área, antes de aos 68’ concluir um lance à altura do seu talento, depois de uma das melhores jogadas colectivas da noite.
Com este resultado, o FC Porto passa a somar 21 pontos (em 21 possíveis) e isola-se provisoriamente na liderança da Liga. Tem a palavra o Sporting, que no sábado está obrigado a ganhar em Moreira de Cónegos para não chegar ao clássico de 1 de Outubro em desvantagem.