Rio faz arruada com Álvaro Almeida e destaca unidade do PSD
Ex-presidente da câmara admite que o caso Selminho, que envolve o município e a família de Rui Moreira, possa “beneficiar” o candidato do PSD
E ao terceiro dia da abertura oficial da campanha para as autárquicas, Rui Rio foi para o terreno ao lado de Álvaro Almeida, que lidera a candidatura Porto Autêntico à Câmara do Porto, e os portuenses gostaram de rever o antigo autarca.
Rio chegou pontual à Praça de Carlos Alberto, o ponto de encontro da arruada, juntando-se a Álvaro Almeida com quem percorreu algumas das principais ruas da Baixa portuense. A entrada de Rui Rio na campanha do PSD não passou despercebida e houve quem aproveitasse para o cumprimentar e dizer-lhe que gostava de o voltar a ter à frente da câmara.
Ao contrário de há quatro anos, Rio está ao lado do candidato que o PSD escolheu. “Há quatro anos não me identificava com aquilo que era o programa que o partido tinha para a câmara, nem com o candidato e fiz aquilo que acho que uma pessoa deve fazer na vida: ser sincero, ser autêntico e não apoiar aquilo em que não se acredita. Agora é completamente diferente e, em consonância, também sou completamente diferente e apoio aquilo em que acredito”, declarou aos jornalistas.
A arruada mobilizou algumas caras do partido que ainda não tinham aparecido na campanha, como Virgílio Macedo, ex-líder da distrital do Porto, ou Ponce Leão, que chegou a ser vereador no Porto, e isso serviu para Rio evidenciar que o partido está unido em torno de Álvaro Almeida.
Questionado se a arruada era um ensaio para uma candidatura à liderança do PSD, Rio foi taxativo: “Não, não e não. Esta arruada é um apoio ao professor Álvaro Almeida como candidato à Câmara do Porto”. "Mas as pessoas dirigem-se imediatamente a si", observaram os jornalistas. “É normal que ao fim de tantos anos de vida pública tenha um nível de notoriedade elevado”, respondeu Rio.
Revelando que esta e a próxima semana serão cruciais para mobilizar os cidadãos e fazer passar a mensagem do PSD, o ex-presidente da Câmara do Porto disse uma vez mais que as “eleições autárquicas não são favas contadas”. E atirou: “Não vê que nos últimos dias que as tendências têm estado a alterar-se e aquilo que parecia evidente já não é tão evidente assim. Não vê?”
Empenhado em mostrar que os sociais-democratas estão com Álvaro Almeida, Rio disse que “as coisas são dinâmicas”. “Se olharmos para a situação que tínhamos no início do ano, em Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, e começarmos a ver a evolução que isto tem vindo a sofrer, é notório que a evolução tem sido no sentido de reforçar as alternativas à câmara. Isso parece-me evidente”, considerou, dizendo que há uma onda favorável ao PSD. “As coisas estão efectivamente a inverter-se. Quando eu dizia que [as eleições não são favas contadas] é porque ainda sinto um bocadinho isto”, sublinhou, elogiando por diversas vezes o candidato.
Mais discreto esteve Álvaro Almeida. Falou do orgulho de ter o apoio de Rui Rio e elogiou a sua governação. “Aquilo que o Porto é hoje, enquanto destino turístico, já o era em 2013”, disse, frisando que foi “graças à intervenção do dr. Rui Rio que o Porto é hoje o melhor destino europeu”. E tratou de capitalizar o trabalho deixado pelo antecessor do independente Rui Moreira. “Queremos continuar a tradição da boa governação do PSD na Câmara do Porto, uma tradição que implica boas contas, mas também realizar obras que são fundamentais para a cidade, como foi a reabitação de que transformou a cidade naquilo que ela é hoje”.
Durante a arruada, os jornalistas fizeram imensas perguntas ao ex-autarca, mas Rio só respondeu ao que quis. Sobre o mandato do actual presidente, nem uma palavra. Mas quando lhe perguntaram se o caso Selminho, que envolve o município e a família de Rui Moreira, pode beneficiar o candidato do PSD nestas eleições, Rio disse que sim. “Sai beneficiado com isso [Selminho] e com muitas outras coisas, mas pronto”, declarou.
Durante os três mandatos em que governou a câmara, Rui Rio não permitiu a construção no terreno que a Selminho detém na calçada da Arrábida, classificado como escarpa.