Seul aprova ajuda à Coreia do Norte através de agências da ONU
Promessa de oito milhões de dólares não tem data para avançar.
Ao fim de um hiato de dois anos, a Coreia do Sul aprovou um plano para entregar oito milhões de dólares (6,7 milhões de euros) de ajuda à Coreia do Norte através de agências das Nações Unidas destinadas a ajuda humanitária, avançou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Os fundos, referiu o Ministério da Unificação em comunicado, têm como destino o apoio a crianças e a grávidas, mas não se sabe quando serão desembolsados. O plano prevê que 4,5 milhões de dólares (3,8 milhões de euros) sejam alocados ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) e 3,5 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) ao projecto de promoção de nutrição e vacinação da Unicef.
O Governo ainda não decidiu quando é que fará chegar as verbas. Por surgir num momento de especial tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, depois dos testes nucleares do regime norte-coreano, a proposta é encarada com reservas em Seul, por se temer que a decisão possa comprometer a pressão internacional sobre Pyongyang no sentido de travar o programa de mísseis e o programa nuclear. Os liberais e os conservadores estão divididos em relação à forma como Seul deve lidar com Kim Jong-un.
Os partidos, escreve o jornal The Korea Times, ainda não comentaram a iniciativa do Governo. “A comunidade global partilhou a sua visão sobre a necessidade de separar a ajuda da política”, afirmou Cho Myoung-gyon, ministro da Unificação, prometendo avaliar o momento da ajuda “depois de ter em conta vários factores”, cita a Yonhap. É a primeira medida de assistência ao Norte desde que o Presidente Moon Jae-in assumiu funções, em Maio.
Pyongyang veio entretanto reagir ao discurso de Donald Trump nas Nações Unidas, onde o Presidente norte-americano prometeu “destruir totalmente a Coreia do Norte”, se Kim não perceber que a “desnuclearização é o seu único futuro aceitável”. Ri Yong-ho, ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, comparou Trump a “um cão a ladrar” e disse que, se pensa com isso surpreender o regime, “está claramente a sonhar”. “Há um ditado que diz: ‘Os cães ladram e a caravana passa’”, afirmou em Nova Iorque, citado pela BBC.
A reacção surge no mesmo dia em que Trump tem um almoço com os líderes da Coreia do Sul e do Japão, os dois principais aliados dos EUA na região. A Reuters cita uma fonte da Administração norte-americana para avançar que o Presidente norte-americano deverá fazer esta quinta-feira um anúncio sobre as sanções à Coreia do Norte.