Para o PSD, é "um insulto" proibir jogos em dias de eleições
Marques Guedes contesta intenção do Governo, Assunção Cristas não se opõe mas duvida dos resultados.
O PSD considera que a intenção do Governo de proibir jogos de futebol em dias de eleições é "uma manobra de diversão e um insulto que procura infantilizar a mentalidade dos portugueses”, disse o deputado social-democrata Marques Guedes em declarações à TSF. Já a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, não vê mal na iniciativa, embora duvide que os "elevados níveis de abstenção" do país se prendam com eventos desportivos.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, confirmou nesta quinta-feira à Lusa que o Governo vai alterar o regime jurídico das federações desportivos de modo a impedir que se voltem a realizar jogos de futebol em dia de eleições, como já sucedeu nas legislativas de 2015, nas presidenciais de 2016 e irá acontecer de novo nas autárquicas marcadas para 1 de Outubro.
O regime jurídico das federações desportivas estabelece quais as condições de atribuição do estatuto de utilidade pública, através do qual são garantidos os apoios do Estado. O diploma define também quais as obrigações das federações e ligas profissionais.
“Aos 40 e tal anos de democracia penso que há mais do que maturidade suficiente por parte dos eleitores para organizarem a sua vida no sentido de exercerem o direito de voto, que é um direito fundamental que todos temos e não deixamos de utilizar. Isto é apenas a expressão de uma visão de infantilidade relativamente aos portugueses que só pode ser qualificada como insulto. O que virá a seguir? Proibir cinemas, teatros, que se encerrem os museus ou os centros comerciais em dias de voto?", disse o deputado do PSD Marques Guedes.
"Se o Governo for por diante, não vejo mal nisso, mas também, com franqueza, não acredito que os elevados níveis de abstenção no nosso país tenham a ver com um pontual jogo de futebol", afirmou, pelo seu lado, Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas durante uma acção de pré-campanha autárquica à Câmara de Lisboa.
A líder centrista defendeu que, "idealmente, no dia das eleições", quanto "menos outras atracções, melhor", mas sublinhou que "as urnas estão abertas muitas horas" e "as pessoas que querem votar têm muitas horas para o fazer e podem organizar o seu dia para votar mais cedo e depois verem o seu jogo de futebol".