Nas ilhas Key, Florida, o Irma deixou um cenário "devastador"
Autoridades alertam para a possibilidade de uma "crise humanitária".
As autoridades do condado de Monroe, na Florida, a que pertencem as ilhas Key, alertaram para a possibilidade de uma “crise humanitária” neste arquipélago, que se estende por 180 quilómetros, na sequência da devastação provocada pelo furacão Irma, que é agora uma depressão tropical.
“Não há água, o sistema de saneamento não funciona, não há electricidade”, indicou aos jornalistas o governador da Florida, Rick Scott, depois de ter sobrevoado as ilhas na segunda-feira. Scott referiu que viu muitos barcos arrastados para terra, parques de caravanas destruídos e estragos significativos mesmo nos edifícios mais resistentes. “O meu coração está com as pessoas das Keys. O cenário é devastador. Só espero que todos sobrevivam. É horrível o que vimos”, disse.
Segundo o jornal britânico The Guardian, existem equipas militares de prevenção para partirem para as Keys, estando equipadas com sacos de transporte de cadáveres para a eventualidade de se terem registado mortes entre as cerca de 10 mil pessoas que se recusaram a abandonar as ilhas, embora tivesse sido dada ordem de evacuação.
As ilhas Keys foram a porta de entrada do Irma nos Estados Unidos, que as atingiu ainda quando estava no nível quatro dos cinco possíveis.
O acesso às Keys, que estão ligadas por uma série de pontes, continuava cortado nesta terça-feira de manhã. O governador da Florida já avisou que os trabalhos de recuperação, de modo a que partes do arquipélago se tornem de novo habitáveis, poderão durar semanas ou mesmo meses. “Vai ser um longo caminho”, disse.
Citando responsáveis do Departamento de Defesa, o jornal norte-americano New York Times dava conta de que os estragos eram tão grandes nas Keys que poderá ser necessário retirar os habitantes que ali ficaram.
Até agora, estão contabilizadas cinco vítimas mortais na sequência da passagem do Irma pelos Estados Unidos. Nesta terça-feira de manhã cerca de oito milhões de casas estavam sem electricidade na Florida, Georgia e Carolina do Sul.