FPR protesta a final do World Rugby U20 Trophy

O jogo entre Portugal e o Japão foi dado por terminado aos 67 minutos por “razões de segurança”

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A Federação Portuguesa de Rugby (FPR) apresentou na madrugada desta segunda-feira um protesto formal à World Rugby, organismo que tutela o râguebi mundial, contra a decisão do director de torneio do World Rugby U20 Trophy em dar a final da competição por terminada aos 67 minutos, alegando “razões de segurança” devido às condições meteorológicas adversas e ao mau estado do relvado em Montevideu, no Uruguai. Quando o árbitro interrompeu a partida, que decidia quem assegurava a promoção ao World Rugby U20 Championship de 2018, onde vão participar as 12 melhores selecções mundiais, os japoneses venciam, por 14-3.

Era a “final mais esperada nos últimos 10 anos pelo râguebi português”, segundo Luís Cassiano Neves, presidente da FPR, mas para os jogadores nacionais terminou com “revolta” e “incredulidade”. Após conseguir, em Abril, vencer em Bucareste o Rugby Europe U20 Championship, garantindo dessa forma o direito de ser o único representante europeu no World Rugby U20 Trophy, a selecção nacional de sub-20 continuou a surpreender no Uruguai. Com três vitórias na fase de grupos, frente a Uruguai, Hong Kong e Ilhas Fiji, Portugal garantiu pela primeira vez na sua história a presença numa competição de râguebi de XV organizada pela World Rugby, mas para além do favoritismo nipónico, os jogadores nacionais tiveram um rival inesperado: uma tempestade deixou o palco da final em condições pouco dignas para a disputa de uma partida tão importante. A intempérie que se abateu sobre Montevideu transformou o relvado do Estádio Charrúa num lamaçal o que beneficiou o Japão, uma equipa mais forte fisicamente e que privilegia o jogo pelo seu “pack” avançado, procurando constantemente o contacto.

Apesar de o péssimo estado do relvado impossibilitar um jogo com um mínimo de qualidade, a partida foi iniciada. Ao intervalo, apesar de o ascendente ser português, o Japão vencia após marcar um ensaio (7-0). No início do segundo tempo, a vantagem nipónica no duelo físico resultou na penalização de Portugal com um ensaio de penalidade, devido a faltas cometidas numa formação-ordenada. Todavia, tal como já tinham demonstrado neste ano em vários jogos, os jogadores portugueses revelaram um enorme carácter, reagiram de imediato e reduziram (3-14). Porém, quando parecia possível Portugal entrar na discussão da vitória, o árbitro considerou que não estarem reunidas condições de segurança para o jogo continuar. Faltavam cerca de 14 minutos para se cumprir o tempo regulamentar.

Num comunicado publicado no site da FPR, Luís Cassiano Neves refere que “ninguém no estádio estava convencido que os 14 minutos que faltavam até ao final seriam insuficientes para a vitória”, destacando, no entanto, a postura dos atletas portugueses após serem informados que “o jogo havia sido dado como terminado, por razões de segurança, devido à trovoada e imensa chuva”, e que “por razões logísticas, seria impossível retomar o jogo no dia seguinte”. “Foi neste preciso momento que percebemos a dimensão dos nossos campeões: confrontados com uma decisão que não têm de compreender ou aceitar, os jogadores, os treinadores e todo o staff mantiveram a elevação, a cordialidade, o respeito e a dignidade. Dentro e fora de campo, este grupo respeita Portugal e tudo o que representamos enquanto país e modalidade.”

Embora sublinhe que “não está em causa o valor do adversário”, que “revelou uma enorme qualidade, bem como um enorme respeito” pela situação, o presidente da FPR refere que é “imprescindível lutar pela verdade desportiva”, pelo que foi apresentado um “protesto formal contra a decisão do Director do Torneio de dar o jogo por terminado, solicitando que a questão seja agora decidida por uma Comissão de Disputas, a constituir nos termos do regulamento específico da competição”. 

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