Trabalhadoras despedidas protestam no antigo Centro de Miragaia, no Porto

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Em Maio os funcionários foram informados de que o centro encerraria a 31 de Agosto Nelson Garrido

As trabalhadores do Centro Social e Paroquial de Miragaia (CSPM) decidiram esta quinta-feira que vão concentrar-se, na sexta-feira, em frente ao edifício depois de terem sido notificadas do seu despedimento e de que ficarão sem receber o salário de Agosto.

O processo afecta 25 trabalhadoras que foram notificadas pela Comissão Administrativa, em carta datada de 30 Agosto, do "pedido de Insolvência do Centro por absoluta impossibilidade de honrar os seus compromissos financeiros" e de que "a Insolvência determina a impossibilidade de se pagarem as retribuições do mês de Agosto de 2017 por insuficiência de fundos a todos os trabalhadores".

As trabalhadoras reuniram-se na tarde desta quinta-feira, como afirmou à Lusa Inês Familiar, e decidiram que vão concentrar-se, a partir das 8h30 de sexta-feira, em frente ao edifício do Centro Social que passará a ser ocupado pelo Centro Social da Sé Catedral do Porto (CSSCP), por decisão da Diocese do Porto. "Vamos concentrar-nos em sinal de protesto e para salvaguardarmos os bens que pertencem às credoras", afirmou a representante das trabalhadoras.

As trabalhadoras contestam a fundamentação da Comissão Administrativa para o não pagamento dos salários de Agosto e alegaram que foram informadas por "fonte segura de que na conta do CSPM havia dinheiro suficiente para o pagamento dos ordenados".

"Na passada terça-feira, ao ser confrontada pelas trabalhadoras, a Comissão Administrativa assegurou perante a presença dos responsáveis do Centro Social da Sé Catedral do Porto, que iria proceder ao pagamento do mês de Agosto", acrescenta.

A decisão de encerramento do Centro Social da Paróquia de Miragaia, na União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, no Porto, foi anunciada em Maio.

Esta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) foi fundada em 1961 e empregava, até agora, 25 trabalhadores que prestavam serviço a cerca de 200 utentes em diversos domínios como creche, pré-escolar, ocupação de tempos livres, centro de dia e apoio domiciliário.

As respostas sociais foram transferidas para o Centro Social da Sé Catedral do Porto, que tomará conta do espaço, a partir de sexta-feira, num processo que não contemplou a transferência dos postos de trabalho.