Furacão Harvey leva a retirada de moradores no Texas
Estima-se que o furacão Harvey atinja a costa do Texas, nos EUA, na noite desta sexta-feira. As chuvas e ventos fortes deverão durar vários dias.
Está previsto que o furacão Harvey – que deverá ser a tempestade mais forte desde há mais de uma década nos EUA — atinja a Costa do Golfo do México na noite desta sexta-feira, pelo que foi ordenada a evacuação de zonas de risco. O governador do Texas, Greg Abbott, pediu aos moradores dessas zonas onde foi ordenada a evacuação que “saiam do caminho do perigo enquanto podem”. O furacão ganhou intensidade nesta sexta-feira e o Centro Nacional de Furacões norte-americano alerta que “são esperadas cheias catastróficas e fatais”.
Estima-se que o furacão atinja em primeiro lugar a cidade norte-americana de Corpus Christi e que depois avance para Houston. Na tarde desta sexta-feira, o furacão encontrava-se a cerca de 70 quilómetros de Corpus Christi (onde moram cerca de 320 mil pessoas), com ventos na ordem dos 215 quilómetros por hora, de acordo com a organização governamental Centro Nacional de Furacões.
Ao final da tarde no Texas (por volta da meia-noite em Portugal), o furacão recebeu a categoria quatro numa escala de cinco níveis que mede a intensidade dos furacões, podendo assim causar danos "extremos". Nesta escala, é expectável que haja danos a pessoas, animais e a edifícios, assim como falhas de semanas ou meses na electricidade e na água canalizada. Já os ventos podem chegar aos 250 quilómetros por hora. Horas antes, o Harvey encontrava-se a meio da escala, na categoria três.
“Cheias catastróficas e fatais”
"São esperadas cheias catastróficas e fatais" devido às chuvas fortes na costa do Texas, segundo informações disponíveis no site governamental norte-americano do Centro Nacional de Furacões. As águas acumuladas das chuvas no solo no Texas podem atingir quase um metro de altura e o aumento do nível de água no mar pode atingir os 3,7 metros. "O nível de água manter-se-á elevado durante vários dias", lê-se ainda. Além do Texas, também o Norte do México e o estado de Luisiana estão sob risco agravado de cheias.
Esta deverá ser a tempestade mais forte dos últimos 12 anos nos EUA, depois de, em 2005, o estado norte-americano da Florida (e não só) ter sido afectado pelo furacão Wilma — que causou a morte a 87 pessoas.
Antes da chegada do furacão, os moradores correram aos supermercados para abastecerem-se de água e mantimentos, atestando ainda os depósitos de combustível dos carros, já que não se sabe quantos dias poderão ter de ficar fechados em casa. Está previsto que o furacão dure vários dias, sempre acompanhado de chuva e ventos fortes.
Cameras on the @Space_Station captured new views of #HurricaneHarvey from 250 miles up. Watch: https://t.co/WP3jEwkl0F pic.twitter.com/gy5K59NAFg
— NASA (@NASA) 25 de agosto de 2017
Entretanto, as autoridades pediram a retirada dos moradores da zona costeira do Texas antes da chegada do furacão Harvey. “Agora é a altura de se esconderem urgentemente do vento. Se não se abrigarem de forma adequada, tal pode resultar em lesões graves, perdas de vida, ou sofrimento humano”, alertou o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. Segundo a CNN, as autoridades na cidade texana de Rockport estão a pedir aos moradores que se recusam a abandonar as habitações que escrevam os seus nomes e número de segurança social nos antebraços, para ajudar na identificação caso os seus corpos sejam encontrados.
A Cruz Vermelha norte-americana disponibilizou alguns abrigos para quem venha a ser afectado pelo furacão. No Twitter, o Presidente dos EUA, Donald Trump, pede a todos que se mantenham a salvo e diz estar a acompanhar de perto a situação do furacão.
O furacão já obrigou a banda britânica Coldplay a adiar um concerto que tinham marcado para esta sexta-feira, na cidade de Houston. "Queríamos mesmo actuar esta noite, mas ao estarmos sentados aqui a ver as notícias sobre a tempestade sentimos que não podemos pedir a ninguém que ponham a sua segurança em risco", disse a banda no Twitter.
Além da desmarcação de concertos, algumas companhias aéreas cancelaram voos e os comércios locais e escolas foram encerrados. Por precaução, algumas refinarias também cessaram a produção, o que levou a um aumento do preço dos combustíveis, já que algumas das principais fábricas da indústria petrolífera se encontram situadas na zona afectada pelo furacão.
— Coldplay (@coldplay) 25 de agosto de 2017