José Eduardo dos Santos já votou nas primeiras eleições em que não é candidato

Cabeças de lista dos partidos apelam à população para ir votar.

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José Eduardo dos Santos votou no centro de Luanda Manuel de Almeida/Lusa

O Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, já votou nas eleições gerais que decorrem esta quarta-feira e que são as primeiras em que não é candidato à reeleição para um cargo que ocupa desde 1979. Eram 8h30 em Luanda quando depositou o seu voto perante um forte aparato de segurança e mediático, com dezenas de jornalistas nacionais e estrangeiros a registarem o momento.

José Eduardo dos Santos, que faz este mês 75 anos, votou juntamente com a mulher, Ana Paula dos Santos. No final, cumprimentou os observadores internacionais convidados que estavam na assembleia de voto na escola primária de São José de Clunny, no centro da cidade, e deixou o local sem fazer declarações.

Quase à mesma hora, em Talatona, arredores de Luanda, votou Isaías Samakuva, o presidente e cabeça-de-lista da UNITA, o maior partido da oposição angolana, que apelou aos angolanos para cumprirem o dever cívico de votar nestas eleições em que os 9,3 milhões de eleitores vão eleger, entre seis candidatos, o novo chefe de Estado - é uma eleição indirecta, torna-se Presidente o representante do partido mais votado. São também eleitos os 220 deputados da Assembleia Nacional.

O cabeça de lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), João Lourenço, votou cerca das 9h30 e fez também um apelo para que todos os angolanos, “de Cabinda ao Cunene”, votem.

“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para exortar todos os cidadãos eleitores, de Cabinda ao Cunene, a fazerem o mesmo, a seguirem o exemplo de todos aqueles que desde as primeiras horas da manhã se preocuparam em vir votar”, disse o candidato, que foi ministro da Defesa de José Eduardo dos Santos.

O cabeça de lista da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, votou também em Luanda e disse que as eleições gerais que decorrem podem constituir “um novo começo para o país” e que os angolanos querem mudança.

“Os angolanos querem mudança e vão decidir. E é responsabilidade da CNE [Comissão Nacional Eleitoral] corresponder a essa vontade dos angolanos de que este seja um momento de paz, serenidade, alegria e de festa para todos”, disse o candidato da terceira força mais votada nas últimas eleições.

As urnas abriram às sete da manhã e encerram às 18h.