Notas subiram em 73% das provas de exame que foram reapreciadas

Processos de reapreciação dos exames do ensino secundário resultam quase sempre em melhoria das notas.

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Foram reaprecidadas 2,1% das provas realizadas em Junho Margarida Basto

O número de pedidos de reapreciação das provas de exame do ensino secundário continua a ser reduzido, mas os resultados em regra compensam, conforme se comprova mais uma vez este ano. Dos pedidos apresentados, 73% resultaram em subida de nota, em 16% o resultado manteve-se e apenas em 10% dos casos registou-se uma descida da classificação, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Júri Nacional de Exames.

Os alunos que assim entenderem podem ainda utilizar as notas resultantes da reapreciação para alterarem as suas opções na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, cujos resultados serão conhecidos em Setembro. Mas esta mudança só podia ser feita até dois dias úteis após a afixação dos resultados da reapreciação, o que aconteceu na segunda-feira, dia 14. Se não quiser mudar de opções, a mudança de classificação é feita automaticamente depois das escolas comunicarem as notas.   

O número de pedidos de reapreciação foi de 7142, o que corresponde a 2,1% das 332.340 provas realizadas na 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário que decorreu em Junho. Em termos absolutos, as disciplinas com mais pedidos de reapreciação são também as que foram realizadas por mais estudantes.

Em primeiro lugar surge Português, o único exame que é obrigatório para todos os alunos do 12.º ano. Foram feitas 76.643 provas e reapreciadas 2062, o que corresponde a 2,7% do total. Em 72% dos casos a nota subiu. Segue-se Física e Química A do 11.º ano, que teve uma das piores médias de exame da 1.ª fase (9,9). Realizaram-se então 43.007 provas, tendo sido reapreciadas 1044, das quais 69% redundaram numa subida de classificação.

Matemática A, do 12.º ano, surge em 3.º lugar: foram feitas 49.298 provas, reapreciadas 1021 (2,1%) e houve subida de notas em 76% dos casos. A Biologia e Geologia, do 11.º ano, realizaram-se 47.215 provas, tendo sido reapreciadas 873 (1,8%), com uma subida de notas em 70%.

Mais resultados positivos a Geometria

Com 91% de melhoria de notas, o exame de Geometria Descritiva é o que apresenta uma maior proporção de resultados positivos na fase de reapreciação das provas. Seguem-se-lhe, com 90% de subida de notas, os exames de História B, Alemão e Francês.

Pelo seu lado, Matemática A foi o exame com uma maior percentagem (16%) de descidas das notas na sequência da reapreciação. Português (15%) e Física e Química A (11%) completam este pódio. Mesmo em caso de descida, as notas que decorrem da reapreciação são as que prevalecem a menos que sejam alteradas de novo na fase de reclamação.

Existe no entanto uma ressalva: caso já esteja aprovado, o aluno não pode ser chumbado na disciplina na sequência do processo de reapreciação.

Quanto à manutenção das classificações, destacam-se Inglês (25%), Biologia e Geologia (22%), Física e Química A e Geografia, ambas com 20%.

Em entrevista recente ao PÚBLICO; a investigadora da Universidade de Lisboa, Leonor Santos, especialista em avaliação das aprendizagens, lembrou que existem vários estudos que comprovam que a tendência para a subida de notas no processo de revisão deve-se mais à atitude de base do classificador do que propriamente a erros cometidos na primeira fase de classificação: “Há investigação que já demonstrou que a preocupação dos avaliadores que estão a classificar pela primeira vez é a de manter os mesmos critérios para todas as provas. Mas quando está a fazer uma revisão de prova, a sua atitude é completamente diferente: tenta aproveitar tudo o que for possível”.

Notícia corrigida às 15h10 de 18 de Agosto. Altera o que é preciso mudar na candaidatura ao ensino superior

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