Activistas pela democracia de Hong Kong condenados a penas de prisão
Líderes de movimento estudantil que lideraram protestos de 2014 penalizados pelo Estado chinês.
m tribunal de recurso de Hong Kong decretou penas de seis a oito meses para três jovens líderes do movimento que lançou uma luta pelo sufrágio universal para escolher os líderes desta região especial da China. Foram condenados por “reunião ilegal” nos grandes protestos de 2014, que ocuparam a cidade durante cerca de três meses e ficaram conhecidos pelos guardas-chuvas amarelos que se tornaram o seu símbolo.
Nathan Law, 24 anos, o mais jovem deputado eleito em Hong Kong, mas cujo mandato foi anulado, tal como o de outros militantes pró-democarcia, foi condenado a oito meses de prisão. O líder estudantil Alex Chow, de 26 anos, a sete meses, e Joshua Wong, 20 anos, a seis meses, são os outros líderes estudantis condenados - no ano em que se assinala a passagem dos 20 anos da passagem de Hong Kong de administração britânica para a China.
Hong Kong é, tal como Macau, uma região administrativa especial da China desde 1997.
Em 2014, o movimento dos guarda-chuvas paralisou partes da cidade, pedindo mais democracia a Pequim. Alguns dos líderes foram eleitos para o parlamento local, mas uma série de processos interpostos pelo Governo levaram ao afastamento de vários destes novos deputados, lembra a agência Reuters.
Wong, que tinha 17 anos na altura dos protestos, descreve o momento actual como “o mais negro do movimento democrático de Hong Kong”: “Estamos a sofrer uma ameaça grave porque nos próximos anos haverá quase cem activistas a serem mandados para a prisão.”
"A perseguição vingativa e sem tréguas dos líderes estudantis usando acusações vagas tresanda a ajuste de contas político das autoridades", afirmou Mabel Au, directora da Amnistia Internacional em Hong Kong, citada pelo Guardian. O resultado do julgamento "não é uma surpresa, mas é um choque. É mais um golpe contra as liberdades básicas e o Estado de direito em Hong Kong", disse também Benedict Rogers, vice-director da Comissão de Direitos Humanos do território.
Os activistas reclamavam eleições (em Março deste ano) por sufrágio directo universal em Hong Kong, como foi prometido no tratado de devolução da região pelo Reino Unido à China, e não com os candidatos à chefia do Executivo vetados antes por Pequim. A eleição foi feita não por sufrágio directo mas sim por uma comissão eleitoral de 1200 membros.