Explosão em Alfama fez cinco feridos

Há pessoas de várias nacionalidades entre os feridos. Moradores da Rua dos Remédios, em Lisboa, queixavam-se há vários meses de cheiro a gás.

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Isabel Coutinho

Cinco feridos (e não seis como foi inicialmente referido), dois em estado grave e três com ferimentos ligeiros, era o ponto da situação, às 23h15 de domingo, da explosão que aconteceu ao final da tarde no edifício 59 da Rua dos Remédios em Alfama.

Carlos Castro, vereador da Protecção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, explicou aos jornalistas que dez pessoas estavam no edifício e que duas iam a passar na rua quando foram atingidas pela explosão, que se deu no interior do edifício.

“Sete pessoas estão desalojadas mas já estão devidamente acompanhadas, as restantes estão em cuidados hospitalares, uns feridos ligeiros e outros graves. Os feridos são de nacionalidade estrangeira e tivemos o cuidado, por precaução, de fazer já o contacto com as embaixadas nomeadamente com a embaixada alemã e francesa. Há também o caso de cidadãos brasileiros que não soferam quaisquer problemas com a explosão”, afirmou o vereador da Câmara de Lisboa.

“Duas pessoas com ferimentos ligeiros estão no hospital de Santa Maria, estes dois franceses que estavam a passar na rua. O outro é um casal alemão, a senhora encontra-se hospitalizada no hospital de São José e a pessoa que a acompanhava foi deslocada para o hospital de Coimbra por causa das queimaduras”, acrescentou o responsável. Um outro ferido tinha sido arrolado com dores abdominais, mas verificou-se que afinal não estava relacionado com o acidente. 

Na sequência do rebentamento, houve necessidade de proceder ao corte de gás e de electricidade na zona. As autoridades estavam pelas 00h20 de segunda-feira a fazer um perímetro de segurança a toda a área contígua ao edifício onde aconteceu a explosão, admitindo o risco de a fachada cair. “Entre o número 62 e 60 iremos tirar as pessoas das casas. Neste momento só está uma pessoa identificada e vamos acompanhá-la naquilo que for a sua necessidade imediata”, explicou Carlos Castro.

"A Rua dos Remédios irá estar encerrada o tempo que for necessário e só reabriremos quando houver condições de segurança”, concluiu o vereador, indicando que, na segunda-feira de manhã técnicos, especializados da câmara municipal irão avaliar o risco de derrocada do edifício.

Moradores queixavam-se de cheiro a gás

Uma acumulação de gás no edifício está na origem das duas explosões ocorridas ao final da tarde no número 59 A da Rua dos Remédios, em Lisboa - uma no piso superior e outra no primeiro piso.

Os rebentamentos em série deram origem a um incêndio no edifício que, depois de ter sido inicialmente dominado, teve um pequeno reacendimento, pelas 21h, no 4.º andar.

Pelo menos dois dos feridos eram cidadãos estrangeiros que estavam de férias e tinham alugado um apartamento no prédio onde se deu a explosão, segundo apurou o PÚBLICO no local. O edifício em causa é um prédio próximo da Junta de Freguesia, numa rua onde existem vários restaurantes. 

O alerta para as autoridades foi dado às 19h07. Os testemunhos recolhidos no local pelo PÚBLICO confirmam que o rebentamento terá tido origem numa fuga de gás. Um morador do número 59 A afirma que desde manhã se sentia um intenso odor a gás no edifício, tendo os bombeiros sido chamados ao local. Outros moradores contaram que o cheiro a gás existia havia meses.

Júlio Campos, morador num prédio ao lado do edifício atingido pelo rebentamento, disse ao PÚBLICO que um piquete da EDP realizava trabalhos de detecção de uma possível fuga de gás quando, pouco depois das 19h, "de um momento para o outro" se deu uma primeira "explosão no último andar" do número 59 A, causando danos em telhados e janelas. A esse primeiro rebentamento seguiu-se outro de dimensão semelhante e uma explosão "mais pequena".

O residente de Alfama conta que os moradores dos edifícios em redor foram obrigados a deixar as casas sem trazer os seus pertences, e que pelas 20h20 ainda não tinham sido autorizados a regressar aos seus domicílios.

Segundo fonte oficial da EDP Distribuição disse ao PÚBLICO, o piquete que se encontrava no local estava a reparar uma avaria na rua, razão pela qual foi desligada a energia assim que se soube de uma fuga de gás. A mesma fonte disse ainda que nenhum funcionário ficou ferido na sequência da explosão. 

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