Confirma-se: 2016 foi o ano mais quente de sempre

Foram batidos vários recordes climáticos que tinham sido atingidos apenas um ano antes, revela relatório global.

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Reuters/Stephane Mahe

Um relatório global sobre o clima divulgado esta quinta-feira confirma que 2016 foi, de facto, o ano mais quente de sempre de que há registo, batendo assim o ano de 2015. Já em Dezembro de 2016, outro relatório com dados de três agências internacionais mostrava que o planeta bateu recorde de temperatura pelo terceiro ano consecutivo em 2016.

“O calor recorde do ano passado resultou da influência do aquecimento global de longo prazo combinado com um forte El Niño no início do ano”, conclui o Relatório Anual do Estado do Clima, um documento actualizado todos os anos, no Verão, e publicado como suplemento do jornal oficial da Sociedade Americana de Meteorologia. Tanto as temperaturas da superfície terrestre como do mar atingiram novos máximos.

Como consequência, o gelo atingiu mínimos históricos tanto no Ártico como na Antártica, fazendo o nível médio global do mar alcançar também um novo recorde em 2016 – cerca de 82 milímetros acima da média de 1993. Há seis anos consecutivos que este indicador tem vindo a aumentar, sendo o Pacífico Ocidental e o Índico os oceanos em que se registam as maiores subidas.

A concentração dos principais gases que provocam o efeito de estufa no planeta também foi pior do que nunca: a concentração atmosférica de dióxido de carbono atingiu 402,9 partes por milhão, quando nunca tinha ultrapassado as 400 partes por milhão. Em termos percentuais tratou-se do maior aumento nos últimos 58 anos.

Este diagnóstico anual do planeta baseia-se em contributos de mais de 450 cientistas de quase 60 países, sob a égide da Agência norte-americana para os Oceanos e a Atmosfera. Nele foi ainda identificado, em 2016, um número anormalmente elevado de fenómenos climáticos extremos: nada menos de 93 ciclones tropicais, quando a média anual entre 1981 e 2010 tinha sido de 82 ciclones.

A seca foi uma das mais generalizadas de que há registo desde 1950: pelo menos 12% da superfície terrestre experimentou seca severa todos os meses do ano. “As mudanças climáticas são uma das questões mais urgentes que a humanidade e a vida enfrentam na terra", avisa o relatório. Vários dos indicadores – como as temperaturas da terra e do oceano, o nível do mar e as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera – superaram recordes atingidos apenas um ano antes. 

O diagnóstico chega numa altura em que os Estados Unidos já deram o primeiro passo para formalizar a sua retirada do Acordo de Paris para as alterações climáticas, informando as Nações Unidas dessa intenção. 

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