Jonas e Seferovic embalaram Benfica para a sétima Supertaça
Bis inédito para Rui Vitória, o “bruxo” que antecipa o futuro da "águia", dissimulado pelos tropeções de mais uma pré-época cheia de sombras.
A pré-época “tipicamente” triste do campeão nacional vale o que vale. Pelo menos na opinião de Rui Vitória, o primeiro treinador a bisar na história da Supertaça Cândido de Oliveira. Jonas e Seferovic, dupla que escapou à mediania no confrangedor prelúdio da época que o Benfica quer que termine em “penta”, voltaram a revelar uma sintonia assinalável e subscreveram, com absoluta convicção, a teoria do grande “feiticeiro” ribatejano. Em 11 minutos apenas destroçaram os vimaranenses, que ainda reduziram a desvantagem mas que cometeram um erro fatal já perto do fim. Os “conquistadores” do Minho traíram, com uma entrada desastrada, a determinação revelada por Pedro Martins ao afirmar, de forma categórica, ter tudo preparado para enfrentar o melhor Benfica, e acabaram derrotados por 3-1.
Talvez desconcentrados pela actuação de Virgul ou pela exibição de drones, o que os vitorianos não conseguiram prever — apesar de todos estarem conscientes dos problemas com que as equipas teriam que debater-se em Aveiro para reconstruir as respectivas linhas defensivas (estreia de Marcos Valente nos minhotos e de Bruno Varela nos “encarnados”, que ainda tiveram que recorrer a Luisão) — foi o ressalto para o pé de Jonas, logo aos 7’, e o erro inexplicável de Zungu, quatro minutos depois, a embalar Seferovic para um segundo golo fundamental para que o Benfica encontrasse a fórmula mágica dos títulos.
O Benfica aproveitava o desnorte dos vitorianos e ameaçava repetir o resultado da edição anterior, frente ao Sp. Braga. O terceiro golo da equipa de Rui Vitória andou a pairar, um pouco como a bola de jogo entregue a Soares Dias. Mas estava escrito que Bruno Varela teria uma palavra a dizer nesta estreia. E depois de uma primeira defesa segura, a espantar o nervosismo, o jovem internacional português deixou-se iludir e permitiu, ao optar por não ceder canto, que Raphinha devolvesse uma centelha de esperança aos vimaranenses, reduzindo quando todos começavam a pensar no intervalo.
No regresso, o Benfica voltava ao registo da pré-época, acusando em demasia o golpe desferido pela cabeça do brasileiro. Adensando as dúvidas à medida que o Vitória recuperava os índices de confiança e galvanizava uma plateia solidária, com um olho no resultado e outro no valor acumulado para dotar os Bombeiros de Figueiró dos Vinhos de um novo veículo florestal de combate a incêndios. Por cada golo (5 mil euros), canto/remate (1500), recuperação de bola (mil euros), ataque/cruzamento (cem euros) vibrava-se. Mas Raphinha, que tinha ajudado a reacender a chama, reduziu a cinzas todas as expectativas da formação minhota, perdendo um lance proibido que Pizzi transformou numa assistência para mais cinco mil euros a somar ao cheque dos bombeiros, assinado pelo mexicano Raúl Jiménez. Um cheque superior a 121 mil euros (bilheteira incluída), que o vídeo-árbitro (na única intervenção) se recusou a engordar quando Soares Dias ficou à espera de uma indicação da “central” para decidir se a bola no braço na área do Benfica daria (ainda na primeira parte) direito a grande penalidade para os minhotos. Não deu e o Benfica carimbou mesmo a sétima Supertaça.