Opositor venezuelano detido terça-feira regressa a casa

Antonio Ledezma vai permanecer em prisão domiciliária, anuncia a sua mulher.

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Manifestação a favor da libertação de Ledezma Nathalie Sayago/EPA

Antonio Ledezma, antigo presidente da área metropolitana de Caracas e um dos principais rostos da oposição venezuelana, regressou esta sexta-feira a casa, quatro dias depois de ter sido detido pelos serviços de informação. Segundo a mulher, vai permanecer em regime de prisão domiciliária.

“Informo o país que há uns minutos, de forma surpreendente, a Sebin trouxe Antonio de regresso à nossa casa”, anunciou Mitzi Capriles através do Twitter, a mesma rede social que usara na madrugada de terça-feira para anunciar que Ledezma tinha sido levado à força por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional.

Ledezma e Leopoldo López, outro dirigente da oposição que se encontrava em prisão domiciliária, regressaram à prisão militar de Ramo Verde pouco mais de 24 horas depois da eleição da nova assembleia constituinte, uma votação boicotada pelos opositores que vêem na iniciativa uma forma de dar poderes absolutos ao regime do Presidente Nicolás Maduro. O Supremo Tribunal informou depois que os dois homens tinham sido detidos por suspeita de que estariam a preparar a sua fuga do país.

“Antonio disse ao entrar em casa que regressa com angústia porque o Leopoldo e mais de 600 presos políticos continuam atrás das grades”, acrescenta a mulher do antigo autarca, detido em 2015 por suspeita de envolvimento num alegado plano para derrubar o Presidente. Mitzi Capriles agradece ainda “ao povo da Venezuela e à comunidade internacional pela sua preocupação e grande solidariedade”.

O seu regresso a casa acontece no mesmo dia em que está prevista a entrada em funções da nova assembleia constituinte, apesar de quinta-feira a procuradoria-geral, liderada pela magistrada Luísa Ortega Diaz, ter entregado um pedido nos tribunais a pedir a suspensão da tomada de posse, no âmbito de um inquérito a suspeitas de fraude na votação de domingo. 

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