Estalou a guerra ao turismo em Barcelona e os primeiros alvos foram autocarros e bicicletas

Um grupo de esquerda anticapitalista, ligado ao movimento independentista CUP, filmou e divulgou vídeos de actos de vandalismo contra um autocarro turístico e bicicletas para aluguer.

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Gustau Nacarino/Reuters

Está em curso uma autêntica batalha contra o turismo em Barcelona, organizada pela ala juvenil de um movimento independentista catalão de esquerda e anticapitalista. Nos últimos dias foram filmados e divulgados na Internet actos de vandalismo contra autocarros turísticos e bicicletas para aluguer.

No domingo, o grupo Arran, uma associação de esquerda ligada ao movimento independentista Candidatura de Unidade Popular (CUP), reivindicou um acto de vandalismo contra um autocarro dois dias antes. O grupo divulgou nas redes sociais um grupo de quatro homens encapuzados a obrigar o motorista do veículo, cheio de passageiros, a parar no meio da estrada, junto a Camp Nou, o estádio do Barcelona. De seguida, furaram um dos pneus do autocarro e escreveram a frase “O turismo mata os bairros” no vidro da frente, relatavam os jornais espanhóis. O episódio provocou pânico em alguns dos passageiros, especialmente a crianças aí presentes, com muitas testemunhas a contarem que pensavam tratar-se de um atentado terrorista.

Segundo diz o El Mundo, a autarquia de Barcelona está já a preparar uma acção judicial, depois de a empresa de transportes da cidade catalã ter avaliado os prejuízos em quase dois mil euros, num cálculo em que se incluiu o facto de o autocarro ter sido impedido de continuar a prestar o serviço enquanto os danos não forem reparados.

Mas as acções não se ficaram por aqui, e esta segunda-feira foi publicado mais um vídeo em que, desta vez, o alvo foram as bicicletas de aluguer que se encontram nas ruas de Barcelona e que são bastante populares entre os turistas que visitam a cidade. Mais uma vez, os pneus foram furados.

Laura Flores, porta-voz do Arran, prometeu mais acções: “A nossa política vai para lá destas acções, mas também as inclui, por isso não digo nem que as repetiremos, nem que não as repetiremos.” “É mais uma forma de protesto, com igual legitimidade que as manifestações”, continua Flores, citada pelo El Mundo, garantindo ainda que o grupo não pagará os prejuízos resultantes desta iniciativa.

Citado pelo mesmo jornal, a CUP afirmou que esta acção contra o veículo foi um “acto simbólico” e não de vandalismo, garantindo total apoio ao grupo Arran nesta luta contra a “violência económica” provocada pelo turismo.

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