Participações de violência doméstica triplicaram desde o princípio do século
No ano passado, houve 32507 participações, segundo Relatório Anual de Segurança Interna, que está disponível no site da Assembleia da República
As forças de segurança registaram mais de 32 mil ocorrências de violência doméstica no ano passado, de acordo com o último Relatório Anual de Segurança Interna, que está disponível no site da Assembleia da República. O distrito de Lisboa, como de costume, liderou o número de participações feitas à PSP e à GNR (6161).
A análise temporal revela que o número de denúncias disparou desde que a violência doméstica se tornou um crime público, em 2000. As polícias somaram 11.162 ocorrências em 2000, 12.697 em 2001, 14.071 em 2002, 17.527 em 2003. A tendência sofreu uma ligeira quebra em 2004 (15.541) e logo recuperou (18.193 em 2005, 20.595 em 2006, 21.907 em 2007, 28.381 em 2008).
Seria, diziam os especialistas, o resultado das estratégias de combate a um crime marcado pelo medo e pela vergonha. Haveria maior consciência social de que a violência doméstica é crime e respostas mais eficazes para as vítimas.
O número de participações deu sinais de estar a estabilizar (26.678 ocorrências em 2012, 27.318 em 2013, 27.317 em 2014), mas voltou a aumentar nos anos mais recentes. Em 2015, houve 31.681 participações. No ano passado, 32.507, o que representa quase três vezes mais do que no início deste século.
Lisboa, o distrito mais povoado, tende a liderar o número de denúncias. Seguem-se o Porto (4903 em 2016) e Setúbal (2268). Quando o critério é a taxa de incidência a liderança cabe às regiões autónomas dos Açores (4,09) e da Madeira (4,03). A taxa de incidência mais baixa é a de Beja (1,93).