Pavilhão de Portugal vai crescer para finalmente ter utilidade

O projecto de alteração, assinado por Siza Vieira tal como o projecto original, vai esta quarta-feira a discussão na Câmara de Lisboa. Vice-reitor da Universidade de Lisboa destaca a intenção de tornar o edifício uma "referência" da instituição.

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jonatas luzia

Depois de quase 20 anos de rumo incerto, em que ninguém parecia saber muito bem o que lhe fazer, o Pavilhão de Portugal está prestes a ganhar um novo propósito: ser um “grande centro de actividades da Universidade de Lisboa”. A instituição, que gere aquele espaço há dois anos, quer que ele seja simultaneamente uma grande sala de visitas e local de discussão e divulgação científica.

O projecto de alteração ao edifício é assinado por Siza Vieira, que foi o arquitecto autor do pavilhão, e vai ser discutido numa reunião privada da Câmara Municipal de Lisboa esta quarta-feira.

“Os vectores principais são a criação de um auditório, duplo, e a adaptação de um conjunto alargado de espaços que permitam a realização simultânea de seminários e conferências”, explica o vice-reitor da Universidade de Lisboa, João Barreiros. O auditório terá capacidade para 638 pessoas e os restantes locais que integrarão o centro de congressos vão distribuir-se por três pisos do edifício. “No conjunto, o Pavilhão de Portugal poderá acolher actividades distintas ao mesmo tempo ou eventos de grande dimensão que requeiram uma multiplicidade de espaços em simultâneo”, acrescenta o vice-reitor.

João Barreiros refere que a universidade “organiza todos os anos, através das suas escolas e centros de investigação, um grande número de eventos nacionais e internacionais” e que, por isso, pretende dotar “este magnífico espaço” de “condições de elevado conforto e suporte tecnológico” para que ele acolha esses múltiplos eventos.

Por outro lado, a proposta visa também a criação de “um vasto espaço expositivo, prioritariamente orientado para a divulgação do conhecimento e da cultura científica”. Este espaço vai situar-se no lado norte do pavilhão, onde também vão ser instalados alguns serviços de apoio.

A universidade pretende igualmente que o Pavilhão de Portugal funcione como “espaço de informação e acolhimento de estudantes estrangeiros”, diz ainda João Barreiros, que aponta “a valorização do pavilhão enquanto referência da Universidade de Lisboa na sua dimensão internacional” como um dos objectivos da intervenção.

Localizado no Parque das Nações desde a Expo-98, o Pavilhão de Portugal atrai o olhar sobretudo devido à sua enorme pala em betão – mas desde o fim da exposição internacional que tem tido uma vida titubeante. Tanto que o próprio Siza Vieira chegou a sugerir, em 2013, que o edifício devia ser demolido. Em Agosto de 2015, o Estado decidiu entregar a gestão daquele equipamento à Universidade de Lisboa.

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