Novo pólo criativo do Beato vai estar a funcionar em 2018

As primeiras empresas devem chegar ao Hub Criativo do Beato no fim de 2018 e a entidade responsável pelo projecto fala na criação de mil postos de trabalho iniciais

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Câmara Municipal de Lisboa

O pólo criativo e de empreendedorismo do Beato, em Lisboa, vai estar em funcionamento no final de 2018 com as primeiras empresas, anunciou a entidade gestora do projecto, que fala na criação de mil postos de trabalho iniciais.

"Estamos a apontar para o final de 2018 como estando em condições de arrancar com os primeiros projectos, com gente, com ocupantes", disse à agência Lusa o director da Startup Lisboa, incubadora de empresas apoiada pelo município e que ficou encarregue de gerir o Hub Criativo do Beato.

Há cerca de um ano, o Estado transferiu para a Câmara de Lisboa a gestão, por 50 anos, de um conjunto de 20 edifícios na ala sul da Manutenção Militar, antiga fábrica do Exército localizada junto ao rio, com uma área de cerca de 35.000 metros quadrados. A cedência custou 7,1 milhões de euros ao município como contrapartida. Esta terça-feira, 25 de Julho, é apresentado o modelo de gestão do espaço e as primeiras entidades que o vão ocupar.

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Câmara Municipal de Lisboa

Miguel Fontes explicou à Lusa que "a ideia é que o município de Lisboa suporte o investimento na parte mais infra-estrutural, no desenvolvimento desta área, em termos de águas, redes e esgotos, electricidade, wi-fi, arruamentos exteriores e espaços comuns".

"Depois a ideia é que os promotores dos diferentes projectos que se venham a instalar aqui nos diferentes espaços suportem o investimento associado à reabilitação e à adaptação dos mesmos à função pretendida", precisou. Vincando que o município não pretende fazer deste projecto "uma operação imobiliária", o responsável indicou que os promotores apenas terão de suportar as despesas comuns até que o investimento esteja "integralmente amortizado", sem pagar pela utilização do espaço.

Questionada pela Lusa, fonte da autarquia indicou que "ainda não estão fechadas as estimativas de investimento" a suportar pelo município. Depois de ter apresentado o projecto a mais de 100 entidades e de ter formalizado cerca de 20 manifestações de interesse, a Startup Lisboa elegeu três empresas para primeiras ocupantes. De acordo com Miguel Fontes, são entidades — nacionais e internacionais — que preenchem os requisitos estipulados, ao nível do empreendedorismo, das indústrias criativas e da inovação e do conhecimento, apresentando ainda "projectos suficientemente relevantes para terem estatuto de entidade âncora".

São elas a incubadora de empresas alemã Factory Berlin, a empresa portuguesa de bebidas Unicer e a marca alemã de automóveis Mercedes, que ali terá um pólo digital. A estes acrescem espaços para a Startup Lisboa, que ali pretende apoiar mais empreendedores, a empresa municipal de cultura EGEAC, que terá um espaço museológico referente ao passado fabril, e ainda a Web Summit.

Enquanto a Unicer ocupará uma antiga central eléctrica com quase mil metros quadrados, o edifício que acolherá a Factory Berlin, a Mercedes e a Web Summit terá 9.000 metros quadrados. Já a EGEAC terá cerca de 5.000 metros quadrados, bem como a Startup Lisboa.

Miguel Fontes adiantou que o passo seguinte é "passar destas manifestações de interesse, [...] traduzidas em memorandos de entendimento, para uma lógica mais forte, de contratualização". No pólo do Beato haverá ainda serviços de apoio como restaurante, bar, lavandaria, minimercado, creche e ginásio. A estimativa é que, quando o projecto estiver a funcionar em pleno, sejam criados 3000 postos de trabalho, mil dos quais serão já criados inicialmente.