Detido palestiniano suspeito de matar três israelitas
Autoridades fazem rescaldo de sexta-feira violenta em Jerusalém.
Três israelitas morreram na sua casa num colonato judaico na Cisjordânia, depois de um palestiniano ter conseguido entrar e atacá-los com uma faca, na sexta-feira. Foi depois de também três palestinianos terem morrido na violência relacionada com um protesto contra a instalação de detectores de metal à entrada da Mesquita de Al-Aqsa na Cidade Velha de Jerusalém.
No sábado, a polícia israelita anunciou a detenção do palestiniano suspeito pelo ataque e do seu irmão, e restrições de movimento da aldeia de Khobar, na Cisjordânia, onde os dois moravam. Entrar e sair da aldeia só em “casos humanitários”.
A razão para a última explosão de violência em Israel foi a instalação dos detectores de metal, após um ataque de árabes-israelitas armados na Cidade Velha que provocou a morte de dois polícias israelitas. Os muçulmanos recusaram-se desde então a entrar na mesquita para rezar, e foram-no fazendo na rua. Sexta-feira, o dia santo do islão, a multidão que estava fora do santuário e a polícia envolveram-se em confrontos e três palestinianos morreram.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, anunciou a suspensão de contactos oficiais com Israel até à remoção dos detectores (não é claro o que isto significa porque os contactos já só existem ao nível da coordenação da segurança).
A mesquita de Al-Aqsa, incluída no complexo que os muçulmanos chamam Nobre Santuário (Monte do Templo para os judeus) é um dos locais mais contestados por israelitas e palestinianos: é o lugar mais santo do judaísmo por ter o muro exterior do terceiro templo (o muro ocidental, onde rezam os judeus), e é o terceiro local sagrado do islão, a seguir a Meca e Medina (na Arábia Saudita), por ter a mesquita.
A soberania sobre os locais de culto muçulmano é de uma comissão islâmica, e Israel controla o acesso, impondo por vezes restrições à entrada de homens com menos de 50 anos por razões de segurança quando se teme episódios de violência. Os judeus podem ter acesso ao local mas não podem rezar, mas há um movimento em Israel a reivindicar este direito.
O acesso aos locais é algo que provoca tensão – o primeiro episódio data de antes da criação do Estado de Israel. Em 1929, na Palestina do mandato britânico, uma disputa levou a motins que provocaram vários mortos.