Câmara de Lisboa vai demolir Bairro da Cruz Vermelha e realojar moradores

A autarquia pretende garantir “condições mínimas de habitabilidade dos edifícios no curto prazo”.

Os problemas de segurança no bairro e a falta de condições de habitabilidade são as razões que justificam esta intervenção.
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Os problemas de segurança no bairro e a falta de condições de habitabilidade são as razões que justificam esta intervenção. Enric Vives-Rubio
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O CDS tem feito campanha no bairro, exigindo melhores condições para os moradores Nuno Ferreira Santos

A Câmara de Lisboa quer contratar uma empreitada de 12,3 milhões de euros para a construção de 130 fogos onde serão realojados os moradores do Bairro da Cruz Vermelha, depois da demolição integral daquele edificado.

A proposta, que estará em discussão em reunião privada na quarta-feira, explica que "o actual contexto urbano do Bairro da Cruz Vermelha é o de um espaço público degradado e descaracterizado, apresentando os edifícios graves patologias construtivas" com a "degradação de zonas estruturais e deterioração das áreas comuns".

Ao mesmo tempo, verificam-se "problemas profundos de segurança, relacionados com a criminalidade existente", indica o documento, a que a agência Lusa teve nesta sexta-feira acesso.

Para garantir "condições mínimas de habitabilidade dos edifícios no curto prazo", a Câmara encarregou a Gebalis - Empresa de Gestão do Arrendamento Social em Bairros Municipais de Lisboa - de fazer obras de manutenção, mas que não resolvem, de forma definitiva, as "patologias de construção e sociais que ali se registam", admitem os vereadores Manuel Salgado (Obras Municipais) e Paula Marques (Habitação) na proposta.

Por essa razão, a autarquia estudou "três hipóteses de intervenção", que assentavam na reabilitação dos sete lotes existentes, na requalificação de alguns lotes e demolição dos restantes ou na demolição integral do bairro.

"Só pesadas todas as variáveis, os respectivos benefícios e desvantagens, conclui-se que apenas a demolição integral daquele Bairro e realojamento das famílias noutros imóveis poderá pôr termo à situação de isolamento e insegurança que actualmente ali se vive", explicam os autarcas.

Por essa razão, o município pretende realojar os 296 moradores do bairro na zona da Alta de Lisboa, também na freguesia do Lumiar.

Em causa está a construção de 130 fogos para o realojamento conjunto, solução que permite "manter as relações de vizinhança, entreajuda e proximidade que existem no actual bairro entre os residentes mais antigos, aspecto muito valorizado pela população nas reuniões de auscultação que tiveram lugar no âmbito do estudo preparatório da proposta de intervenção", indicam os vereadores.

A empreitada terá um preço base de 12.354.821,8 euros (já incluindo o imposto sobre o valor acrescentado - IVA) e um prazo de execução fixo de 600 dias.

O bairro foi criado no início da década de 1980.