Costa: "PS nunca faltou ao Porto”, Pizarro pede uma oportunidade para governar
Candidato socialista revelou que se for eleito avançará com o lançamento de um programa de habitação a rendas acessíveis destinado às classes médias.
O Governo compareceu ontem em peso para apoiar a candidatura de Manuel Pizarro à Câmara do Porto. E os socialistas também.
Com o partido unido, Manuel Pizarro pediu o envolvimento de todos no combate que tem pela frente e puxou da “irrepreensível lealdade” que o PS “sempre assumiu” para com o independente Rui Moreira para dizer: “Não foi o PS que "rompeu na 25.ª hora o acordo de governação da cidade", declarou, arrancando uma estrondosa salva de palmas.
O candidato reservou uma boa parte do seu discurso, muito aplaudido, para falar de habitação, que elegeu como “o maior problema” que a cidade enfrenta. Assim, se for eleito presidente da Câmara do Porto, garantiu, procederá ao lançamento de um programa de habitação a rendas acessíveis, destinado às classes médias, que desejam habitar no Porto, com especial atenção para os mais jovens.
“Trata-se de um programa de construção ou de reabilitação de edifícios para habitação com renda acessível, isto é, com rendas que irão dos 225 euros para um T0 até aos 400 euros para um T4”, anunciou o também vereador do PS, referindo que “o investimento será assegurado por parcerias com o Estado, com o sector social, em especial, com a Misericórdia do Porto, e com promotores privados”. Segundo revelou, o envolvimento da autarquia passa pela cedência de terrenos, mas também pode passar pela aquisição de terrenos para o efeito.
Com as eleições à porta, Pizarro quis mostrar aos militantes o trabalho que o partido realizou no executivo ao longo dos últimos quatro anos, contabilizando que 87% do programa eleitoral de 2013 foi cumprido: "Propusemos na altura 111 medidas e dessas 57 estão executadas e 40 estão em desenvolvimento”.
“Mostrámos que conhecemos a cidade que temos respostas para os seus principais problemas e, sobretudo, que temos competência para as executar”, disse.
Críticas a Rui Moreira
Consciente do trabalho feito, Pizarro não resistiu a uma provocação, afirmando que “daqui até Outubro, Rui Moreira sempre que quiser mostrar obra da câmara não tem alternativa que não seja mostrar a obra feita por iniciativa dos socialistas". "Vamos, por isso, vê-lo muitas vezes a mostrar que nós somos mesmo capazes de fazer.”
Isto porque, segundo Pizarro, “nas duas últimas semanas de campanha, Rui Moreira se desdobra em visitas a obras concluídas ou em curso que têm uma característica comum: representam iniciativa e trabalho dos socialistas na Câmara do Porto. Foi assim quando foi ao Bairro Rainha D. Leonor, à ilha da Bela Vista, aos centros de saúde da Batalha ou de Ramalde ou, mais recentemente, à recuperação das cisternas do Parque da Pasteleira, uma obra que foi lançada por Matos Fernandes [actual ministro do Ambiente], quando foi presidente das Águas do Porto”.
O secretário-geral do PS, António Costa, foi inexcedível no apoio "incondicional a Pizarro. “O PS nunca faltou ao Porto, o PS foi sempre leal ao Porto e o PS nunca faltará e nunca deixará de faltar ao Porto”, prometeu. Costa lembrou a “longa história do PS na cidade”, e não esqueceu Moreira: “Não comento quando alguns podem decidir que somos dispensáveis. Há uma coisa que digo este PS que tem esta história com o Porto só é dispensável pelos cidadãos do Porto e esses não passaram procuração a ninguém”.
Luís Braga da Cruz, (cabeça de lista à assembleia municipal), Miguel Guimarães Rosa Mota, Ilídio Pinto, Fernando Aguiar-Branco, Carlos Melo Brito, Álvaro Magalhães, Adélia Carvalho, Ana Saldanha, Carlos Guimarães, foram algumas das personalidades que marcaram presença na sessão. Também o escritor Richard Zimmler, que recebeu recentemente a medalha de honra da cidade das mãos de Rui Moreira, esteve presente.