Anfitriã da Airbnb multada por recusar hóspede asiática

A proprietária da foi multada pela plataforma de arrendamento por recusar o alojamento a uma utilizadora do serviço. Tami Barker é acusada de racismo por não alojar Suh devido à sua nacionalidade.

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Reuters/YUYA SHINO

A dona de uma cabana de montanha colocada na plataforma Airbnb foi multada – em 4382 euros – após ter recusado a estadia a uma hóspede. De acordo com o diário britânico The Guardian, a anfitriã recusou-se a alojar a hóspede de nacionalidade asiática. O caso ocorreu em Fevereiro na Califórnia, Estados Unidos.

Dyne Suh, de 26 anos, tinha arrendado uma cabana de montanha em Big Bear, na Califórnia, onde ia passar férias perto de uma estância de esqui.

Porém, horas antes de Suh chegar, a anfitriã Tami Barker disse-lhe que não poderia ficar na sua casa. “Nunca a arrendaria a ti nem que fosses a última pessoa no planeta Terra”, escreveu Barker numa mensagem de texto dirigida a Suh. “Uma palavra resume tudo. Asiática”, acrescentou a proprietária.

O caso foi tornado público pela própria lesada, num vídeo gravado pouco depois do incidente. Depois de lhe ter sido recusada a estadia, Suh disse à proprietária que iria apresentar queixa junto da plataforma de arrendamento devido à atitude racista. “É por isto que temos o [Donald] Trump… e eu não vou permitir que alguém estrangeiro me diga o que posso ou não fazer no meu país”, respondeu a proprietária. 

“Sinto-me magoada. As pessoas pensam: ‘com a eleição do Presidente Obama o racismo acabou no país’, mas não", declarou Dyne Suh. Para a lesada, o racismo “está bastante vivo e pode acontecer a qualquer um”, acrescentou.

Para além de pagar a multa que lhe foi aplicada e ter de frequentar um curso em Estudos Asiático-Americanos, Tami Barker tem ainda de integrar um painel de educação comunitária e fazer voluntariado numa organização de direitos civis. De acordo com o diário britânico, a anfitriã tem também de apresentar um pedido de desculpas a Dyne Suh e cumprir com as leis antidiscriminação.

O director do Departamento de Justiça e Habitação da Califórnia (DFEH, na sigla original), Kevin Kish, disse ao The Guardian que tentou fazer o acordo o mais original possível: “As leis tendem a ser mais focadas em compensar as pessoas que sofreram os danos”, declarou. Porém, “nós estamos interessados em soluções que reparem esses danos” e que, ao mesmo tempo, “transformem as relações” entre elas", referiu Kevin Kish.

Num comunicado, citado pelo jornal britânico, o advogado da proprietária, Edward Lee, declarou que Tami Barker está “muito arrependida pela sua atitude e pelos seus comentários”. O advogado acrescentou ainda que Barker está satisfeita que a situação tenha sido resolvida.

O director do DFEH espera que este caso possa servir de exemplo para os restantes proprietários: “Nós estamos atentos”, garantiu Kevin. 

Em Novembro do ano passado, a plataforma de arrendamento alterou as políticas da empresa, após vários hóspedes se terem queixado de discriminação. A partir dessa data, qualquer pessoa que pretenda arredar a sua habitação, através daquela plataforma, tem de subscrever um “compromisso para com a comunidade”.

À data, Brian Chesky, director da Airbnb, declarou que "o preconceito e a discriminação não têm lugar no Airbnb: "Temos tolerância zero para eles”.

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