Escócia oferece pensos e tampões a quem não os consegue comprar

Projecto-piloto quer garantir que mulheres e adolescentes com dificuldades económicas possam ter acesso a produtos de higiene íntima. Terá a duração de seis meses em Aberdeen mas a secretária escocesa para a Igualdade quer que seja alargado a todo o país.

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Adriano Miranda

O Parlamento escocês lançou um projecto-piloto que irá distribuir gratuitamente produtos de higiene íntima feminina, como tampões e pensos higiénicos, às mulheres e adolescentes com dificuldades económicas. Numa fase inicial, cerca de mil mulheres beneficiarão deste projecto que conta com um investimento de 42 mil libras (cerca de 48 mil euros) e que decorrerá na cidade escocesa de Aberdeen, escreveu o jornal britânico The Independent.

À BBC, Ewan Gunn, da associação de solidariedade e de combate à pobreza The Trussell Trust, sublinha a importância desta medida, até por ter conhecimento de casos em que mulheres e raparigas usam papel higiénico, meias ou jornais por não terem dinheiro para comprar produtos de higiene adequados. “É algo a que gostaria que todas as mulheres e raparigas tivessem acesso” afirmou, citado pela BBC. Na Escócia, considera, existe um “assunto muito real e muito pertinente” quanto àquilo a que chama “pobreza da menstruação”.

“As escolas e as universidades oferecem preservativos para algo de que nos podemos abster, mas não se pode abster de ter o período”, concluiu Gunn, reiterando a necessidade de se encontrar uma solução para o problema. 

Com a duração de seis meses, o projecto-piloto foi lançado pela secretária para a Igualdade Angela Constance e será coordenado pela empresa social Community Food Initiatives North East. “É inaceitável que qualquer mulher ou rapariga na Escócia não tenha acesso a produtos de higiene íntima. É por isso que, enquanto parte dos nossos esforços para erradicar a pobreza do nosso país, estamos a analisar como podemos tornar estes produtos gratuitos para os grupos de baixo rendimento”, explicou a secretária para a Igualdade.

Angela Constance disse ainda que este projecto em Aberdeen é um passo inicial para analisar as necessidades das escocesas mas que é urgente que estas medidas sejam alargadas ao resto do país, já que há muitas mulheres e adolescentes a enfrentar “uma luta mensal para ter acesso aos produtos de que precisam”.

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