Inquilinos do Sá da Bandeira acreditam que vão poder continuar no teatro do Porto

Serviços jurídicos da câmara e advogado da empresa que explora o teatro vão tentar chegar a acordo sobre quem tem prevalência no exercício do direito de preferência

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A Câmara do Porto anunciou a compra do teatro por 2,1 milhões de euros Manuel Roberto

A empresa que explora o Teatro de Sá da Bandeira saiu satisfeita da reunião com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e convencida de que poderá continuar a trabalhar no local, mesmo que seja a autarquia a comprar o edifício. A reunião que a Rocha, Brito & Vigoço pediu a Rui Moreira aconteceu esta terça-feira, mas não há ainda conclusões definitivas.

Luís Bianchi de Aguiar, advogado dos inquilinos do teatro, disse que não houve qualquer compromisso assumido no final da reunião, mas uma postura do presidente da câmara que o sossegou. “O senhor presidente transmitiu-me que respeitará os direitos dos inquilinos e que a Rocha, Brito & Vigoço poderá continuar a explorar o teatro, como tem vindo a fazer”, disse ao PÚBLICO. Isto, acrescentou, “sem prejuízo de se analisar melhor a situação”.

Nenhum dos dois interessados em comprar o edifício está, contudo, disposto a abdicar da compra, pelo que o próximo passo, segundo Bianchi de Aguiar, será uma reunião entre os representantes jurídicos da autarquia e da empresa que explora o teatro, para tentarem chegar a acordo sobre quem tem prevalência no exercício do direito de preferência. “A Câmara do Porto entende que é ela, eu entendo o contrário. Quando muito, haverá um conflito e estamos os dois no mesmo plano”, disse o advogado, que na semana passada admitia “não estar definido por lei”, num caso deste género, quem tem prevalência.

O PÚBLICO tentou ouvir a Câmara do Porto, mas sem sucesso.

A Câmara do Porto anunciou a intenção de comprar o Teatro de Sá da Bandeira por 2,1 milhões de euros, com o argumento de que o edifício, que não está protegido por qualquer classificação, corria o risco de ser vendido e transformado num hotel. A compra foi já aprovada pelo executivo e pela Assembleia Municipal, aguardando-se ainda o necessário visto do Tribunal de Contas.

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