Rede Reúne nega práticas ilícitas
Empresa de “intermediação financeira” aparece referenciada em inúmeras queixas na internet.
A Rede Reúne assume-se como “uma empresa de intermediação financeira”, que “tem protocolos com várias entidades bancárias”, e que é contactada “por clientes que necessitam de créditos pessoais e consolidado”, mas nega que esteja envolvida em soluções que envolvem investidores privados que compram as casas a pessoas sobreendividadas.
“Desconhecemos por completo o que refere no e-mail”, responde a Rede Reúne com actividade no Porto, que aparece referenciada em inúmeras queixas na internet relativamente ao pedido de um valor antes da concessão de crédito, mesmo quando este não se concretiza. “Relativamente às queixas do Portal da Queixa e da Deco, não reconhecemos legitimidade nem credibilidade a portais que em troca de fidelizações e pagamentos retiram as mesmas”, responderam.
Outra empresa com muitas queixas na Internet é a Multibiz, que funciona, ou já funcionou, no mesmo piso da morada da Rede Reúne, mas numa sala ao lado. Também aparecem queixas da Credipoupa, com morada na mesma sala da Multibiz. E são alguns os clientes que se queixam de passar de umas empresas para outras, como da Crediject para a Muitibiz. Mas há mais casos.
Na Internet há vários sites a oferecer soluções de crédito. É o caso do Investidor Privado, que não tem qualquer morada, apenas números de telemóveis ou um e-mail onde o interessado pede para ser contactado. O PÚBLICO pediu para ser contactado, mas isso ainda não veio a acontecer. As ofertas deste site passam pela garantia de que “é fácil e rápido obter o dinheiro que precisa sem recurso a crédito”, ou “venda a sua casa e continue a habitá-la”, apresentando-se com uma equipa com “vasto know-how na venda de activos imobiliários”, prometendo manter “o seu imóvel num grupo restrito de investidores”.
O Banco de Portugal disse ao PÚBLICO que não consta do seu registo qualquer entidade habilitada a desenvolver actividade financeira com aquela denominação e que do que lhe foi possível “apurar junto das bases públicas de informação de natureza societária, não existe nenhuma sociedade denominada Investidor Privado, nem uma marca registada com esta designação”.
Contactado o IMPIC – Instituto dos Mercados Públicos do Imobiliário e da Construção, a conclusão foi semelhante. Esta entidade não consta da base de dados como mediadora imobiliária e não é uma marca registada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Dada a intermediação imobiliária desenvolvida por estas empresas, o PÚBLICO tentou ouvir o presidente da APEMIP, que representa as empresas de mediação imobiliária, mas o seu presidente Luís Lima não se mostrou disponível.