Um ano depois, os 30 radares ainda não estão todos a funcionar
Nesta quinta-feira, faz um ano que entrou em funcionamento o primeiro radar do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade. Mas ainda só funcionam 21 dos 30 radares.
Há um ano que entrou em funcionamento o primeiro radar do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (Sincro). No entanto, ainda só 21 dos 30 radares estão em funcionamento, revela a ANSR, questionada pelo PÚBLICO: “Actualmente já todas as cabinas (50) estão instaladas nos respectivos Locais de Controlo de Velocidade (LCV), o mesmo acontecendo com os 30 cinemómetros (radares). No entanto, alguns destes LCV estão ainda em fase de ligação à rede eléctrica de baixa tensão. Assim, estão em estado operacional 21 LCV (equipados com os respectivos cinemómetros e em funcionamento).”
O primeiro dos 30 radares do Sincro, que entrou em funcionamento a 6 de julho de 2016, foi instalado na auto-estrada A5, que liga Lisboa e Cascais. Na altura, o Governo previa que este sistema estivesse a funcionar em pleno em Janeiro deste ano. Seriam 50 cabines fixas, instaladas em pontos sensíveis de Norte a Sul do país, das quais apenas 30 teriam radares, que são móveis e iriam rodando entre os locais, através de um esquema de rotatividade definido pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). A escolha da localização para a colocação dos radares teve em conta os locais que, entre 2007 e 2015, tiveram um nível de sinistralidade mais significativo. Ao todo foram analisados cerca de 179 mil acidentes.
Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, disse nesta segunda-feira aos jornalistas que o sistema deverá estar a funcionar em pleno no final do mês.
A instalação do Sincro esteve prevista para o final de 2010, mas só em Maio de 2014 foi lançado concurso público para a instalação do sistema. No mesmo ano, em Dezembro, foi adjudicado ao consórcio Eyssa – Tesis/Micotec, por cerca de 3,2 milhões de euros.
O novo sistema de controlo de velocidade acresce aos radares móveis já usados pela PSP e pela GNR e aos 18 radares fixos (16 localizados no túnel da CRIL, na Grande Lisboa, e dois na A25, em Viseu), que são geridos pelas forças policiais nas instalações da ANSR. Juntam-se ainda aos radares fixos, com pórticos, geridos pelas câmaras de Lisboa e Porto.
O último Relatório Anual de Segurança Interna, relativo a 2016, contabiliza mais de 238 mil infracções por excesso de velocidade, a violação mais comum ao Código da Estrada. A ANSR ainda não avançou o número de infracções registadas pelo sistema durante o primeiro ano de atividade.
Texto editado por Pedro Sales Dias