Tancos: o pouco que sabemos e o muito por saber
O caso rebentou há quase uma semana e a investigação começou de imediato. Mas há muito mais dúvidas do que certezas sobre como tudo se passou. Eis a síntese possível.
Foi quase há uma semana que o Exército deu conta do roubo de equipamento militar na base de Tancos, mas ainda é escassa a informação sobre o que realmente aconteceu. Aqui fica uma síntese, em actualização.
O que já sabemos
- Não houve rondas de vigilância durante 20 horas
- A videovigilância estava inoperacional há dois anos
- Quem roubou “furou” a cerca, que só tinha sido reforçada em um terço do perímetro por uma empresa privada. O Exército diz que pediu que a obra fosse terminada em Março
- A lista de materiais roubados, divulgada pelo jornal espanhol El Español, inclui material suficientemente perigoso para fazer colapsar um prédio, explodir carros blindados e até derrubar aviões perto de aeroportos.
- A investigação inclui a PJ, a PJ militar, as secretas e, claro, congéneres europeias que foram avisadas (e envolvidas no caso). Pelo meio, foram afastados “temporariamente” pelo CEME cinco comandantes, para evitar “entraves” à investigação.
- Ministério Público suspeita de "práticas de crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional" e anunciou nesta terça-feira a abertura de inquérito. No processo, o Ministério Público será coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo da Polícia Judiciária, com total colaboração institucional da Polícia Judiciária Militar.
O que ainda não sabemos
- A que horas aconteceu o roubo
- Quem o fez ou como foi transportado o material (nomeadamente se na saída alguém abriu o portão da base)
- Se houve fuga de informação interna (os autores do crime pareciam saber onde estava o material mais valioso e há uma informação não confirmada de suspeitas de envolvimento de militares que estiveram em missão no Médio Oriente)
- Onde está o material roubado e se já foi todo vendido
- Se se trata de crime organizado ou terrorismo (sendo que as autoridades se inclinam mais para a primeira opção)