Ultimato ao Qatar estendido por mais 48 horas
Ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos e Bahrein reúnem quarta-feira para decidir o que fazer a seguir. Doha diz que esta segunda-feira pode dar uma resposta.
O prazo dado ao Qatar para cumprir 13 exigências relacionadas com a alegada ligação do estado do Golfo ao terrorismo internacional já terminou – na noite deste domingo. Agora, os quatro países da região na origem do bloqueio deram aos qataris mais 48 horas para acederem ao seu ultimato. A Arábia Saudita, o Egipto, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein estão unidos no seu corte de relações diplomáticas e ligações por mar, ar ou terra com o Qatar, agora sob o olhar da presidência norte-americana, que falou com alguns dos líderes destes países durante o fim-de-semana.
A resposta do Qatar, sob pressão desde Junho, será dada formalmente por carta ao Kuwait nesta segunda-feira, escreve a BBC. Será entregue pelo ministro dos Negócios Estrangeiros qatari ao representante do principal mediador desta crise na região. A extensão do prazo para aplicação das sanções e cumprimento das exigências deve-se a um pedido do Kuwait para que fosse dado mais tempo ao regime de Doha para dar resposta, contextualiza a Reuters. O Qatar tem sempre negado as suas alegadas ligações ao terrorismo e seu financiamento.
A lista de 13 exigências, que inclui o encerramento do canal de notícias Al-Jazira ou limitar as relações com o Irão – país do qual os quatro países árabes acusam o Qatar de ser aliado –, além de encerrar uma base turca no seu território, já tinha sido descrita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, como “feita para ser rejeitada”. A lista destina-se sim, defendeu Al-Thani, a limitar a soberania e autonomia do Qatar, mas segundo disse sábado, o Qatar está aberto a negociações com as condições certas. Já os países que ameaçam o Qatar com mais sanções frisam que estas exigências não são negociáveis.
Entretanto, o Presidente norte-americano falou ao telefone com o rei saudita, Salman bin Abdulaziz, com o príncipe Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan de Abu Dhabi e com o emir Sheikh Tamim Bin Hamad Al-Thani do Qatar para “reiterar a importância de acabar com o financiamento ao terrorismo e desacreditar a ideologia extremista”, disse a Casa Branca em comunicado, citada pela Reuters. “O Presidente também sublinhou que a união na região é [de importância] crítica para atingir os objectivos da cimeira de Riad de derrotar o terrorismo e promover a estabilidade na região.” Um porta-voz do Departamento de Estado dissera já domingo que os EUA encorajam a “contenção” de todos os envolvidos em prol de negociações diplomáticas “produtivas”, declarando o seu apoio à mediação do Kuwait.
Uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos e Bahrein está agendada para quarta-feira para discutir a crise aberta com o Qatar, um país com forte produção de combustíveis (petróleo e gás) e que tem sido apoiado com bens de primeira necessidade pelo Irão e pela Turquia durante este embargo, escreve a BBC.