Passadiços devolvem barrinha de Esmoriz à população
O projecto de requalificação da barrinha de Esmoriz foi iniciado em Setembro de 2016. Este sábado há uma caminhada aos passadiços que foram construídos na Lagoa de Paramos.
A barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos já fez correr rios de tinta. Durante décadas de avanços e recuos, o projecto de requalificação da zona lagunar de 396 hectares, localizada no limite dos concelhos de Espinho e Ovar, chegou a parecer um objectivo distante. No entanto, a história mudou de rumo quando os trabalhos se iniciaram, em Setembro de 2016. Esta semana, alguns dos resultados já estão à vista: os passadiços, uma das componentes do projecto, já estão abertos ao público.
São cerca de oito quilómetros de passadiços que unem as margens das freguesias banhadas pela lagoa - Esmoriz, em Ovar, e Paramos, em Espinho. Os que por lá vão passar podem usufruir da paisagem que a lagoa oferece, a pé ou de bicicleta. Estas estruturas permitem aos visitantes fazer diferentes percursos, até à praia de Esmoriz e de Paramos, à zona equestre de Paramos e também até à estação de comboios de Esmoriz, sem esquecer a ponte que liga o município de Ovar ao município de Espinho.
Durante esta semana, este percurso pedonal foi aberto à passagem do público “por estarem reunidas todas as condições de segurança”, referiu Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar. Este sábado, pelas 17h30, a autarquia organiza uma caminhada para dar conhecer as estruturas. A zona de concentração é na entrada sul do passadiço, junto à ponte da Avenida Raimundo Rodrigues.
O autarca vai estar na caminhada e relembrou que “a valorização deste sítio é um anseio da população há já várias décadas”. Até chegar a este ponto, foi preciso vencer “uma verdadeira batalha sob o ponto de vista jurídico-ambiental”. Recorde-se que, em Novembro de 2003, a zona lagunar foi declarada como área crítica de recuperação ambiental, depois de uma reunião do Conselho de Ministros e de ser provado o interesse público das intervenções para eliminar a poluição.
O objectivo destes passadiços, conta o autarca, é oferecer acessibilidades à barrinha para que as pessoas a possam visitar. Em termos de equipamentos de apoio, há também um posto de observação de aves, mobiliário urbano e pontos de descanso e de visita.
“Conseguimos devolver a nossa barrinha à população. Muita gente ouvia falar da barrinha, mas não tinha oportunidade de a ver. Agora há essa oportunidade e uma grande expectativa em torno desta obra”, refere o autarca, garantindo que “o ecossistema foi preservado ao máximo”, com a realização de estudos ambientais que “foram cumpridos na íntegra”.
Os passadiços da Barrinha fazem parte de uma obra co-financiada pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), que teve um custo total de 2,7 milhões de euros.
Além da construção dos passadiços, a Polis Litoral Ria de Aveiro, entidade responsável pelo projecto, pretendia também executar acções de dragagem na barrinha de Esmoriz. Este processo foi iniciado, mas sofreu alguns atrasos, estando suspenso do dia 15 de Junho ao dia 15 de Setembro, devido à entrada na época balnear, o que não permitiu o licenciamento necessário. A partir dessa data, as tarefas de dragagem de mais de 270 mil metros cúbicos de sedimentos, explica o autarca, vão ser retomadas.
Texto editado por Abel Coentrão