Figueiró dos Vinhos quer aproveitar o incêndio trágico para reordenar a floresta
Para o presidente de Figueiró dos Vinhos esta é uma "oportunidade de ouro" para o reordenamento florestal
A Câmara de Figueiró dos Vinhos, concelho também afectado pelo incêndio na região centro, acompanha a ideia já defendida por Pedrógão Grande de aproveitar este momento para se reordenar e transformar a floresta.
"O Governo tem aqui uma oportunidade de ouro para se alterar algo que não está bem", disse à Lusa o presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, sublinhando que gostava que "acontecesse" um reordenamento da floresta, pensado "e com critério".
No entanto, o autarca destacou que haverá várias dificuldades na região, em que os "terrenos são todos particulares, muito individualizados, tudo propriedades pequenas e em que o cadastro, na maioria dos casos, não existe".
"É uma oportunidade de ouro", reafirmou Jorge Abreu, considerando que se pode aproveitar o momento para se plantar nos terrenos árvores autóctones, como é o caso dos sobreiros ou dos castanheiros. Segundo o autarca, o concelho está agora a voltar à normalidade, com água, luz e comunicações praticamente repostas em todas as localidades.
Jorge Abreu salientou a resposta solidária que também o seu concelho recebeu, considerando que, neste momento, não será necessário receber mais roupa. A única necessidade, apontou, serão "voluntários, que nunca são de mais", notou, referindo que especialmente Castanheira de Pera e Pedrógão Grande estão a necessitar de mais pessoas para ajudar a fazer a triagem dos bens recebidos.
O incêndio que deflagrou no dia 17, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto no passado sábado, dia 24 de Junho.
O fogo atingiu também os concelhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, e chegou aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.