Novo incidente com drone. É o sétimo neste mês

Avião da Ryanair estava na aproximação ao Aeroporto de Lisboa quando se cruzou com drone.

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Reuters/ANDREW YATES

Um avião da Ryanair cruzou-se nesta segunda-feira com um drone a cerca de 500 metros de altitude, quando já estava na fase final de aproximação para aterrar no Aeroporto de Lisboa, disseram à agência Lusa fontes aeronáuticas.

Este é o sétimo incidente do género este mês e o décimo primeiro desde o início do ano.

Segundo as mesmas fontes, o Boeing 737-800, com capacidade para 162 passageiros, proveniente do Aeroporto do Porto, cruzou-se com um drone, pelas 15h, no momento em que a aeronave sobrevoava a zona entre a Praça de Espanha e Sete Rios, já na fase final da aproximação ao Aeroporto Humberto Delgado, para aterrar na pista 03.

Contactada pela Lusa, a NAV Portugal (responsável pela gestão do tráfego aéreo) confirmou a ocorrência, acrescentando que irá notificar a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

O ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, afirmou hoje, em Bruxelas, que o Governo aguarda respostas do regulador (ANAC) sobre os repetidos incidentes com drones nas proximidades de aviões, admitindo que “isto não pode continuar”.

O regulamento da ANAC proíbe o voo destes aparelhos a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e descolagem de um aeroporto.

O GPIAAF anunciou há mais de uma semana a realização de um estudo de segurança devido aos vários incidentes envolvendo a presença de drones nas trajectórias de aviões.

Na noite de domingo, um avião da TAP Express, operado pela White Airways, com 74 passageiros, cruzou-se com um drone a 900 metros de altitude, na aproximação ao Aeroporto de Lisboa.

O piloto do avião modelo ATR, que fazia a ponte aérea Porto–Lisboa, reportou, pelas 20h20, “um drone a 50 metros da asa direita, a 900 metros de altitude”, quando sobrevoava a zona do Pragal, Almada, e pouco antes de passar à vertical da Ponte 25 de Abril, acrescentando que o aparelho “media, no mínimo, um metro”.

A 19 de Junho, um Boeing da companhia holandesa KLM reportou que um drone “voou ao seu lado” a 1200 metros de altitude, à vertical do Farol do Bugio, no estuário do Rio Tejo.

Nesse dia, fontes aeronáuticas explicaram à Lusa que o incidente ocorreu quando os pilotos do Boeing 737-800, com capacidade para 162 passageiros, se aperceberam de “um drone a voar ao lado”, no momento em que o avião estava no corredor aéreo para rumar ao Aeroporto de Lisboa, sendo aquela zona igualmente utilizada para os aviões que aterram e descolam do Aeródromo de Cascais.

A 16 de Junho, um avião da Aero Vip, do Grupo Seven Air, foi obrigado a realizar uma manobra para evitar a colisão com um drone a 300 metros de altitude quando estava em aproximação para aterrar no Aeródromo de Cascais, com 14 pessoas a bordo.

“Na aproximação à pista 35 de Cascais, vislumbrei um objecto que julguei ser uma ave. Ao aproximar-me, apercebi-me de que se tratava de um drone de grandes dimensões, de quatro rotores. Tive de mergulhar, aumentar a razão da descida, para evitar a colisão com o drone, que passou a cerca de cinco metros acima da asa esquerda”, relatou nesse dia o piloto à Lusa.

A 14 de Junho, um avião da TAP, com cerca de 130 passageiros, cruzou-se com um drone a 700 metros de altitude, quando se preparava para aterrar no Aeroporto de Lisboa.

O Airbus 319, proveniente de Milão, Itália, “cruzou-se” com o drone por volta das 21h, no momento em que a aeronave estava à vertical da Ponte 25 de Abril, na zona de Alcântara, e a poucos minutos de aterrar no Aeroporto Humberto Delgado.

A 1 de Junho, um Boeing 737-800, da companhia TVF, France Soleil, grupo Air France/KLM, com cerca de 160 passageiros, teve de realizar várias manobras para evitar a colisão com um drone a 450 metros, quando a aeronave se preparava para aterrar no Aeroporto do Porto.