No Porto, é proibido lançar balões de São João. Multas até cinco mil euros

A coima pode variar entre os 140 euros e os cinco mil euros. Proibição, que também é aplicada em Braga, está relacionada com a antecipação por parte do Governo da época crítica de fogos.

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A PSP vai fiscalizar os festejos Rui Farinha / NFactos

Lançar balões de São João é este ano proibido, podendo levar a uma multa até aos cinco mil euros por pessoa singular, e a PSP do Porto disse esta quinta-feira que irá proceder à fiscalização durante os festejos.

O lançamento de um balão de São João pode ter uma contra-ordenação punida por coima que pode variar entre os 140 euros e os cinco mil euros, no caso de pessoas singular, e os 800 euros e os 60 mil euros no caso de pessoa colectiva, indica a portaria n.º 195/2017 publicada esta quinta-feira.

O período crítico do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios foi antecipado para esta quinta-feira, por causa das condições meteorológicas adversas de temperatura que determinaram o aumento do nível de perigosidade para alerta vermelho e laranja no território continental, o que significa que está proibido o lançamento dos tradicionais balões de São João.

A Comissão Distrital de Protecção Civil (CDPC) do Porto pediu às forças de segurança "tolerância zero" face a quem decida lançar balões de São João, disse o presidente daquela entidade, Marco Martins. "As indicações dadas às forças de segurança foram para tolerância zero. Mas, sem prejuízo de perceber que é uma tradição de São João, acho que neste momento deve prevalecer o bom senso", disse o presidente da CDPC do Porto.

Marco Martins apontou que "as estatísticas provam que 90% dos incêndios na noite de São João são causados por balões". "A noite de São João é uma noite sempre atípica e com grande número de ignições que dão muito trabalho aos bombeiros. Não podemos facilitar e ainda por cima nestes dias de período crítico", acrescentou.

Em Braga, a PSP também informou que é proibido o lançamento de balões de ar quente durante as Festas de S. João, face à antecipação do início do período crítico de incêndios. Braga vive até sábado as festividades de S. João, que por tradição incluem o lançamento de balões de ar quente.

De manhã, o Comando Metropolitano da PSP do Porto já tinha alertado para os "perigos" relacionados com o lançamento dos balões e informou que vai reforçar o policiamento durante os festejos de sexta-feira.

Em comunicado, a PSP do Porto começa por chamar a atenção para os condicionamentos e cortes de trânsito que serão efectuados por esta polícia, em colaboração com as autarquias, mormente com as Polícias Municipais, e também alerta para os "perigos resultantes do lançamento dos tradicionais balões de São João para as áreas florestais, residenciais e industriais".

Na nota a PSP solicita "a melhor compreensão e colaboração de todos, no sentido de acatarem as indicações e ordens das forças policiais, especialmente em locais de grande aglomeração de pessoas".

A PSP recomenda a utilização de transportes públicos, bem como a adopção de medidas de auto-protecção, pede que não sejam deixados objectos de valor no interior de veículos e "atenção" aos bens como carteira, telemóvel, máquina fotográfica ou de filmar.

"No decurso das festividades, esta polícia terá uma especial atenção à regularização do tráfego automóvel e estará ainda atenta à criminalidade associada a este tipo de acontecimentos, nomeadamente, furto no interior de veículo e furto por carteirista", lê-se no comunicado da PSP do Porto.

Durante as festas de São João, festividade típica do concelho do Porto mas que se estende aos concelhos vizinhos, com especial incidência em Vila Nova de Gaia, a PSP vai, garante ainda a nota, "reforçar o policiamento nas zonas onde vão decorrer os festejos, empenhando elementos policiais de diferentes valências".

Por fim, o Comando Metropolitano da PSP do Porto sublinha que para qualquer situação de emergência deve ser de imediato accionado o número telefónico de emergência 112.

A Polícia Municipal de Gaia agendou para sexta-feira um dia de greve, tendo a câmara municipal assegurado não temer "qualquer problema de segurança".