Ajuste Secreto: Ex-presidente do Conselho de Administração do Parlamento detido

Operação Ajuste Secreto decorreu durante o dia de segunda-feira e foram feitas 31 buscar e detidas sete pessoas.

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Ajuste Secreto apanha mais um ex-deputado Pedro Cunha

O antigo presidente do Conselho de Administraçao da Assembleia da República, João Moura de Sá, é um dos empresários detidos segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto, durante a operação Ajuste Secreto, soube o PÚBLICO.

Próximo do ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, João Moura de Sá, que foi deputado pelo PSD e presidiu à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (2004 e 2005), é suspeito de crimes de corrupção activa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influência.

Detido e acusado dos mesmos crimes está o ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, o social-democrata Hermínio Loureiro, e o actual presidente, Isidro Figueiredo, que o PSD escolheu para liderar a lista nas eleições do dia 1 de Outubro.

O ex-adjunto de Hermínio Loureiro, José Francisco Oliveira, conhecido por Zito, e três empresários, para além de João Moura de Sá, foram também detidos na segunda-feira durante a operação. Em causa está um esquema de participação em concursos públicos relacionados com a instalação de campos sintéticos.

Ao todo, as autoridades realizaram 31 buscas em cinco câmaras municipais: Matosinhos, Gondomar, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Estarreja, e em cinco clubes de futebol, entre eles a União Desportiva Oliveirense, o Atlético Clube de Cucujães e o Futebol Clube Macieirense. 

Aos sete detidos, o Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária arrestou 15 imóveis, seis milhões de euros em dinheiro e seis viaturas de luxo, incluindo um Bentley. As autoridades presumem que todos estes bens são provenientes de lucros da prática de crimes de corrupção activa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influências.

A operação realizada pela Policia Judiciária do Porto estava em curso há um ano. Pouco tempo antes de Hermínio Loureiro renunciar, inesperadamente, a presidência da autarquia de Oliveira de Azeméis, em Dezembro de 2016, a PJ tinha feito buscas à câmara municipal. Hermínio deixou a presidência do executivo sem dar qualquer justificação para a decisão. Numa nota dirigida ao município, Hermínio Loureiro escreveu "que é muitas vezes mais importante saber sair da cena política do que a ela se apresentar".

O autarca anunciou a sua demissão dos cargos de presidente do Conselho Metropolitano do Porto, de membro da comissão executiva do Turismo do Porto e Norte de Portugal, de membro do conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses e de representante dos municípios no Conselho Nacional do Desporto.

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