O exercício da empatia

A empatia está na base da cooperação e da solidariedade. Se não nos identificarmos com uma causa, dificilmente seremos solidários para com ela

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Zohra Bensemra/Reuters

No dia em que se assinala o Dia Mundial do Refugiado, 20 de Junho, a ONU revela que o número de refugiados e deslocados atingiu um novo recorde em 2016, contabilizando-se cerca de 66 milhões de deslocados internos ou refugiados que foram obrigados a sair de suas casas.

No relatório produzido pelo ACNUR, referente ao ano de 2016, é ainda relatado que os países que acolhem mais refugiados são os mais pobres, informação que já tinha sido também lançada pela Amnistia Internacional.

Tal facto leva-me a reflectir neste artigo sobre a importância da empatia, de nos “colocarmos” no lugar do outro. Esse “outro” que está, muitas vezes, ao nosso lado. "O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, dizia que“a crise que enfrentamos hoje não é apenas de números, mas de cooperação e solidariedade. Principalmente porque a maior parte dos refugiados permanece em países vizinhos aos seus, devastados pela guerra”.

Recordemo-nos da recente campanha de sensibilização para a causa dos refugiados “E se fosse eu a fazer a mochila e partir”, da responsabilidade da Plataforma de Apoio aos Refugiados, em colaboração com o ACM, a Direcção-Geral da Educação e o  Conselho Nacional de Juventude (CNJ), que visava sensibilizar as crianças e os jovens para as dificuldades que os refugiados enfrentam ao fugir da guerra, em busca de protecção humanitária. É certo o quão difícil é podermos sequer perspectivar o que será viver uma situação dessas, em que somos “obrigados” a abandonar o nosso país, a nossa casa, como forma de protegermos a nossa vida e a da nossa família, mas o que esta campanha nos quis (quer) dizer foi algo muito mais valioso e que deverá estar sempre presente. O exercício da empatia.

Porque a empatia está na base da cooperação e da solidariedade. Se não nos identificarmos com uma causa, dificilmente seremos solidários para com ela.

É também esse o objectivo destas datas “comemorativas”, o de podermos dedicar algum tempo para esse exercício, sabendo, claro, que o ideal seria que a noção destes problemas estivessem presentes todos os dias.

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