Estima-se que cerca de 2,151 milhões (ou seja, 56% de lares portugueses) possuam, pelo menos, um animal de estimação. A alteração dos núcleos familiares e a noção, cada vez maior, de que os animais de estimação contribuem para o bem-estar físico e psicológico dos donos é uma das razões apontadas para justificar o crescente aumento de animais de estimação.
Segundo um novo estudo da GFK, em 2011, 45% dos lares em Portugal tinham, pelo menos, um animal; em 2013, 50%; em 2014, 54% (o que corresponde a 2,085 milhões de lares). Em 2015 eram 6,305 milhões os animais de estimação registados, número que baixou para os 6,228 milhões em 2016. Este decréscimo também se verifica na quantidade de lares onde coabitam cães e gatos: 10% em 2015 e 8% em 2016.
Mas a conclusão do Track.Pets2 é positiva: “Portugal é um país pet-friendly" quando comparado com outros países. Argentina, Brasil, México, Rússia, EUA, Polónia, Itália, França, República Checa, Austrália, Bélgica, Espanha, Canadá, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Turquia, Suécia, China, Japão, Hong-Kong e Coreia foram também objecto deste estudo, ainda que alargado a pássaros, peixes ou outros possíveis animais de estimação. Em Portugal, 33% dos lares têm como animal de estimação o cão, 23% o gato, 12% o peixe, 6% o pássaro e existem ainda 6% de lares que têm um outro animal.
Face ao global, o nosso país é mais “dog-friendly”; globalmente, são 33% os lares com cães, enquanto que em Portugal são 36%. O Track.Pets2 permitiu ainda concluir que a Argentina, o México e o Brasil são os países com maior penetração de animais de estimação. Pelo contrário, os países asiáticos são os menos pet-friendly. Os cães são mais populares nos países da América Latina. Os gatos, por sua vez, têm especial atenção na Rússia.
Regressando a território nacional, o Zoom in de 2016 conclui que da totalidade de lares com animais de estimação, 65% tem cães, em oposição aos 39% com gatos. E qual é, afinal, a relação que os donos estabelecem com os seus animais? Emocionalmente, as opções de resposta eram três: “como um membro da família”, “como um filho para mim” e “como um amigo”. Metade (51%) dos donos de cães e 14% dos de gatos optaram pela primeira resposta, 7% pela segunda (tanto em gatos como cães) e a terceira opção foi escolhida por 28% e 34% em relação a cães e gatos, respectivamente. No que aos cuidados diz respeito, os donos tendem a considerar que a alimentação e a saúde são as principais preocupações: são 77% os donos de gatos e cães a mencionar a alimentação.
Globalmente, e em média, os gastos com os animais de estimação rondam os 12% do total do orçamento familiar, sendo a alimentação a representar a maior parcela. Relativamente aos cuidados de saúde, 74% dos donos de cães consideram que a saúde é de extrema importância, contra 71% no caso dos gatos, o que pode explicar o facto de os cães visitarem mais vezes o veterinário do que os gatos (92% contra 68%).
A utilização de serviços "Pet Care", embora diminuta, tem registado um gradual aumento, principalmente no que concerne aos cães. No entanto, os hóteis para animais de companhia não foram referidos em nenhum dos inquéritos. O Track.2Pet, realizado pela GFK com recurso a dados de mercado, métodos, cálculos e análises, tem como objectivo ser uma ferramenta de conhecimento do mercado e de tendências do "mundo dos animais de estimação". O estudo refere-se ao ano de 2016 e estabelece comparações com anos anteriores (2011, 2013 e 2015).